sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Honrando a função de pastor

Os títulos, pastor, presbítero, bispo estão, totalmente, descaracterizados em nossos dias. E já não faltava tempo, o termo "apóstolo" aprofunda-se na confusão religiosa dos países latino-americanos.  Começou no nível da exploração da credulidade popular, ultrapassando já o nível do deboche e da diversão às custas da ignorância alheia. A idéia de pastor, originária da cultura dos tempos judaicos e que se transportou para as práticas de nossas fazendas, está distante do que fazem os pobres homens que se utilizam destes títulos.
Pastor, em nosso século, é qualquer pessoa, de qualquer idade, sem qualquer instrução, sem qualquer responsabilidade com a alma e o aspecto psicológico das pessoas. Em geral, é um ignorante, semi-analfabeto, que comporta uma elevada capacidade de mandar, autoridade, com dons da extroversão, capaz de se comunicar e vender produtos de péssima qualidade que conseguem obter sucesso em curto prazo. É uma pessoa que tem capacidade de induzir multidões e arrecadar somas sempre maiores de dinheiro para seus grupos denominacionais, se utilizando de quaisquer artifícios, inconsequentes e incapazes de pensarem por si mesmos, sem escrúpulos morais, que os impeçam de explorar o pobre, tirando-lhe tudo o que tem. É seguidor cego de grupos e corporações que usam a fé religiosa como instrumento de edificação de verdadeiros impérios. São perigosos animadores de palco, cujas palavras, em sua essência são drogas alucinógenas.
Por isso as igrejas cristãs e os indivíduos carecem cuidado ao confiarem a si, famílias e comunidades a qualquer indivíduo que assim se denomine, ou que seja "consagrado" por alguém, em geral, semelhante a ele, como pastor. Todo o cuidado é pouco. Pastor não é aquele que anda de Bíblia no braço. Nem quem recita versículos decorados ou que visita pessoas para fazer orações aos berros. Muito menos é aquele moço que se apresenta como militante contra Satanás e as forças das trevas ou que suporta horas a fio na frente de uma câmera, discorrendo palavras desconexas e propagandísticas de algum grupo religioso.
Quais serão então os requisitos recomendáveis a escolha e formação dos pastores?


1. Para ser um pastor eficiente, capaz, preparado, que prestará bons serviços a comunidade, é necessária uma escolaridade continuada. A escola básica é, atualmente, insuficiente para quem deseja ensinar o sagrado ao povo. O pastor deve ser uma pessoa que tem verdadeiro gosto e prazer na leitura de bons livros, que tem condições de fazer uma redação de alto nível sobre temas bíblicos e contemporâneos, podendo articular conhecimentos oriundos de diversas áreas do saber humano. O pastor deve gostar de estudar e é para ele importante que faça um curso superior ou cursos de aperfeiçoamento de nível científico e ministrado por educadores e pesquisadores de respeitada capacidade. Se um indivíduo não costuma comprar livros com frequência, deles não comenta em suas conversas, se não possui uma biblioteca em seu lar, se suas pregações não refletem o nível de sua leitura, não está em condições de exercer o pastorado. 2 Timóteo 2.15-17.
O pastor não pode subir ao púlpito e dizer, irresponsávelmente, qualquer coisa que lhe venha a mente. Os estudos em Psicologia já demonstram que não devemos nos iludir que falatórios destituidos de fundamentos, sejam originados em falsa origem, equivocadamente, atribuidos ao Espírito Santo. As melhores pregações, as mensagens mais producentes, se originam de uma vida de consagração, e parte disto, é a dedicação que se faça com a leitura e com a pesquisa bíblica antes de subir ao púlpito, antes de falar de Cristo a uma pessoa, antes de assumir a dianteira de uma classe de escola bíblica.

2. É necessário que o pastor tenha compromisso, primeiro com Deus, depois com os textos sagrados e finalmente com sua comunidade. Nenhuma amarra com fundadores de denominações, com grupos centralizadores de administração eclesiástica, como assembléias gerais, convenções de igrejas. O pastor só deve subir ao púlpito para ensinar. Tem que ter o assunto na ponta da língua. Deve ter investido tempo nesse preparo. Se ele encontrar nos estudos, alguma coisa que não corresponda ao que a cúpula de igreja manda, determina, ele deve escolher o caminho do que está escrito e não a autoridade do homem (Atos 17.11). Ser pastor é escolher a Bíblia para ensinar, mas ensiná-la de forma correta, interpretativa, honesta e com auxílio de todas as ciências possíveis ao seu alcance. Conhecer de tudo um pouco para ensinar a Bíblia melhor. Ser pastor não é comportar-se com vendedor de ritos, cumpridor de metas financeiras ordenadas pelas sedes, nem como garoto propaganda. É ensinar. Não se ensina sem estudar primeiro. Estudar, não abrir passagens bíblicas ao lançamento de sortes.

3. Se em sua comunidade, voce não consegue passar meia hora expondo as Escrituras, ensinando seu povo, deixando que ele pergunte e contribua para o seu preparo como obreiro, voce não é pastor ou está no lugar errado. As modernas igrejas evangélicas se venderam ao ocultismo e priorizam em suas reuniões, feitas aos moldes das necessidades de mercado, passando a maior parte, se não todo o culto, vendendo produtos denominacionais, induzindo o povo a contribuir, mediante a criação de personagens não bíblicos, superstições. Observemos os programas, equivocadamente, taxados de evangélicos na televisão. A maioria vende, faz campanha de arrecadação para manter tais igrejas, do que ensinar as Escrituras.

Que tipo de pastor é voce? Que tipo de igreja voce frequenta? Qual o espaço que a Bíblia ocupa nela?







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