segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Escola Bíblica: O uso do antigo testamento para sustentar nossos modernos preconceitos

Escola Bíblica: Moisés e sua lei - desvendando preconceitos - introdução

ESCOLA BÍBLICA ECLESIÁSTICA EM CLASSE

MOISÉS e as leis do Antigo Testamento


Se coloque diante da dura realidade religiosa das nossas igrejas evangélicas modernas considerando a péssima formação escolar dos pastores, alguns sequer com ensino médio concluído, passaram a vida inteira sem o mínimo interesse pelos estudos e pela leitura ou passaram por algum seminário teológico onde pesquisas não era feitas, professores apenas colecionavam passagens bíblicas para sustentar esta ou aquela idéia. Alguns destes pastores acreditam e passarão adiante a idéia de que a Bíblia, do Gênesis ao Apocalipse foi literalmente ditada por Deus, que nela não existe a mínima possibilidade de opiniões, conceitos e preconceitos humanos, que não há contradição alguma entre seus autores, porque, na prática foi um único autor que a ditou a vários redatores. Por isso, voce pode tomar qualquer versículo em qualquer momento e aplicar em qualquer hora. Isso é lamentável, perigoso e tem causado consequências lastimáveis no desenvolvimento emocional, relacional e espiritual das pessoas.
Outros pastores, uma segunda classe, por orientações de sua denominação estarão mais preocupados em fazer a boa e eficiente publicidade de suas igrejas. É preciso manter a arrecadação, não perder de vista o padrão de vida de seus dirigentes maiores, garantir a fortuna dos fundadores da denominação. Para estes valem todas as técnicas de persuasão e a Bíblia é, para eles, negócio complicado demais, por isso passagens aqui ou ali serão utilizadas mas sempre em razão dos produtos de fé que a denominação precisa vender. Então, a Bíblia é um dentre tantos apetrechos místicos, junto com sal, açúcar, flores, tijolos, discos, fitas que servem para prender, emocionalmente, a pessoa aquele grupo e consequentemente, torna-lo um contribuinte financeiro do sistema maior.
Por último, constatemos o analfabetismo funcional que marca a vida da maioria dos membros de todas as igrejas evangélicas. O fato de uma família carregar, fazer postagens nos meios midiáticos, ter em casa, uma Bíblia não garante que de fato, seja cristã e que estude as Sagradas Escrituras. Os crentes não lêem a Bíblia e não lêem de ato pensado, não querem ler, tem ódio dos estudos, são tradicionais como alguns católicos, frequentam as igrejas porque se acostumaram, não tem outra coisa para fazer.

Em situações como estas, o que voce espera dos crentes em relação à compreensão das palavras, dos mandamentos, dos ensinos e da história que acontece nas páginas da Bíblia? Deturpações, ensinos gritantes, desprezo pelos fatos fundamentais e fomentação de interpretações sem contexto. A Bíblia tem se tornado uma cesta de frutas, cada pessoa vai lá e escolhe as que gosta e deixa as que não gosta para outros. O autor da carta aos Hebreus faz uma denúncia desta prática. Essa passagem, escrita no final do primeiro século, tem uma atualidade que grita a nossa frente. Hebreus 5.12 a 6.10. Dá uma olhada e compare com tudo o que voce aprendeu e com tudo quanto tem preguiça de aprender.

Sempre que ler uma passagem bíblica, que escutar alguém explicando um trecho da Bíblia Sagrada, não vá na onda sem antes procurar saber as seguintes informações:
1. Todos os livros da Bíblia foram escritor por uma pessoa e suas marcas pessoais, como formação escolar, profissão, experiência de conversão, o país em que foi criada, os costumes de sua época, estarão presentes nas idéias que ele coloca na Bíblia. Por exemplo, o apóstolo Paulo antes de se tornar cristão era alto oficial militar do Império Romano. Veja como isso aparece nas suas cartas: Efésios 6.11-18. Ele usou sua experiência, seu conhecimento da vida militar para ensinar os cristãos. Isso não foi ditado pelo Espírito Santo de forma alguma. Se eu não entender isso, vou errar e conduzir outros ao erro nos meus ensinos.
2. Todos os livros da Bíblia foram escritos para UMA DETERMINADA PESSOA, que os apóstolos, os escritores conheciam pessoalmente e que lhes tinham escrito, mandado algum recado, a respeito de suas dúvidas, inquietações ou problemas. Se não era uma pessoa, era então, para algum grupo de pessoas, amigos do escritor (II e III João, I e II Timóteo), igrejas locais, comunidades de uma região (Hebreus) ou alguma liderança.
3. Muitas vezes as cartas, os livros sagrados, especialmente no Novo Testamento eram debates calorosos entre os próprios apóstolos, o que significa que eles tinham opiniões bem diversas em alguns assuntos. Por exemplo, dá uma olhada em Gálatas 2:1-11, onde está a polêmica entre Paulo e os demais apóstolos (motivo do surgimento do moderno dispensacionalismo, assunto que não dá para explicar agora). Analisando esse contexto, essa passagem, voce pode compreender autores como Mateus e Tiago defendendo a salvação pelas obras e Paulo defendendo a salvação pela graça. Outra polêmica interessante está entre Paulo e a Igreja em Corínto (1 Cor. 4:2; esse não vai ter coragem de vir até aqui – 1 Cor. 4.18; Paulo respondeu dizendo que ia dar um pau neles – 1 Cor. 4:21).
Tudo isso dito para que aprendamos uma coisa: cada versículo, cada capítulo, foi escrito por uma pessoa, num determinado tempo, com o ponto de vista daquele tempo, para outra pessoa que vivia naquela época e enfrentava determinado problema.
Eu posso não estar enfrentando esse mesmo problema. Ou essa situação não existe mais, não tem como se repetir. A passagem bíblica se refere àquele momento e não a outro. Tenho que respeitar o sentido da passagem e o motivo para o qual ela foi escrita. “Não ir além do que está escrito”.

Ultima lembrança, antes de entrarmos na situação de Moisés. Quando os escritores bíblicos escreveram, não fizeram separando versículos de versículos, capítulos. Essas coisas não existiam. O autor escrevia o texto, a carta longa, sem interrupção. Portanto, não pegue um versículo e isole ele to contexto do livro ou da epístola. Os versículos e capítulos foram feitos para facilitar e não para interpretar. Para sua informação, a Bíblia só foi dividida em capítulos e versículos entre 1234 e 1242. Por volta dos séculos 9 e 10 os judeus dividiram o Antigo Testamento em versículos e os cristãos dividiram o Novo Testamento em versículos em 1551. Portanto, não isole versículos e capítulos. Entenda que eles não foram feitos por Deus. Foram os homens que fizeram para facilitar o entendimento da Bíblia e fizeram bem. (http://www.sbb.org.br/interna.asp?areaID=69)

Agora vamos para os textos do Pentateuco, os livros de Moisés, e entendermos como muitos dos seus mandamentos tem servido a pastorada fundamentalista para mandar gente para o inferno. Falaremos das relações com outros povos, religiões e comportamentais. Por exemplo, como enxergar o espiritismo, homoafetividade, leis familiares, alimentação no contexto? Aguardem a primeira parte. Agradeceria o envio de sugestões, perguntas e comentários.

[Escola Dominical, Escola Bíblica, Velho Testamento, Idolatria, Alimentação, Interpretação Bíblica, Hermenêutica, Homossexualismo, preconceitos, carne de porco, espiritismo, fundamentalismo, Silas Malafaia, Marco Feliciano]

sábado, 15 de novembro de 2014

O que é igreja: apoio para pastores e professores de escola bíblica (1ª parte)


ESCOLA BÍBLICA ECLESIÁSTICA EM CLASSE

 

O QUE DEVEMOS ENTENDER POR IGREJA?

 

 

1.   Afirmações equivocadas sobre o significado da palavra Igreja

Você ouviu frases como estas?

(1)  A IGREJA somos nós. Essa afirmação é equivocada, é falsa, enganadora e demonstra o quanto a ignorância e a estupidez domina a falta de interesse que alguns crentes tem em relação ao empenho em estudar as Sagradas Escrituras; Uma pessoa não pode ser uma igreja, pode ser um “templo”. Vamos aprender e ensinar que TEMPLO e IGREJA são coisas diferentes;

(2)  A Igreja Católica Apostólica Romana se auto denomina “A Igreja”, dizendo com isso que é a única igreja verdadeira, a primeira igreja que existiu desde os tempos de Jesus Cristo. A afirmação não é verdadeira e a maioria dos membros das igrejas evangélicas protestantes não estão, no mínimo, preparadas nem se preparam para responder esta questão. Se colocadas na parede se desesperam. Nem os pastores e professores de escola bíblica são capazes e capacitados para ministrar noções de História do Cristianismo nas comunidades. O problema é que os pastores e professores de escola bíblica são, erroneamente, ensinados que tudo devem procurar na Bíblia para responder, quando existem informações que não poderiam estar nas Escrituras, visto que foram acontecendo depois que os seus livros foram escritos. É impossível saber qual a primeira Igreja se os crentes não forem levados para os estudos em livros de História, mais precisamente, os de cunho universitário. Não há outra saída.  Os historiadores estão de acordo que o Cristianismo foi, aos poucos se modificando. Não existe essa expressão “retornar à Igreja Primitiva”, comum nos guetos do pentecostalismo. Não há como voltar, nem há necessidade disso. Mesmo durante o período em que os apóstolos viveram, essas mudanças começaram acontecer e talvez nem eles tenham tido consciência de que elas estavam acontecendo. Essas mudanças proporcionam aspectos contraditórios nas práticas, razão porque existem tantas denominações. Só para exemplificar, as comunidades primitivas começaram presbiterianas no seu governo, foram para o congregacionalismo e algumas acabaram no modelo episcopal. A forma de escolher os bispos (que chamam os protestantes de pastores) foi se modificando. Da escolha baseada nos chamados dons espirituais miraculosos para critérios mais burocráticos já aparecem nos escritos de Paulo. Retornemos a afirmação de que a Igreja Católica Romana foi a primeira.

A primeira Igreja que surgiu foi a de Jerusalém, depois Antioquia. No começo do Cristianismo as comunidades cristãs copiaram o modelo das sinagogas, isto é, eram locais e congregacionais, o que lhes dava autonomia administrativa, embora tivessem uma boa unidade em torno de determinados apóstolos. A Igreja Católica é o resultado da corrupção ou transformação doutrinária que acometeu a comunidade cristã original de Roma, capital do Império Romano, ao longo dos próximos 200 anos depois da morte dos apóstolos, principalmente de Paulo, em 67 d.C. A igreja que recebeu e creu nos ensinos constantes na Epístola aos Romanos se transformou no que, hoje, chamamos de catolicismo. Aí é preciso recorrer aos estudos históricos se não, os crentes e os líderes estão perdidos no conhecimento da fé.

(3)  Igreja Pentecostal Deus é Amor, Igreja Mundial do Poder de Deus, Igreja Universal do Reino de Deus, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Internacional da Graça, Igreja do Deus Vivo, Assembléia de Deus Vitória em Cristo. Estas formas de se referir as igrejas locais é um despropósito total para a fé cristã. São comunidades locais que deixaram de ser comunidades cristãs, cujo Cabeça deveria ser o Senhor Jesus para se transformarem em empresas rentosas, poderosas e sustentadoras de vaidades pessoais de seus proprietários. Todas elas mantém o mesmo modelo de governo praticado pelo catolicismo que tanto combatem, o sistema papal, quando a palavra de seus fundadores é assume caráter doutrinário e de infalibilidade, pois afinal, todos governam seus fiéis a partir das supostas revelações diretas que alegam receber do Espírito Santo. Uma igreja cristã não pode ser do Reino de Deus, porque o Reino de Deus é uma questão judaica, nem pode ser Internacional, como se houvessem igrejas não internacionais, quando a missão do cristão é levar o amor de Deus ao mundo, ou ainda, Uma igreja que não seja uma assembleia é uma contradição sem tamanho. As igrejas locais não podem ser propriedades de homens, nem correrem o risco de que caso, algum deles se desvie da fé, arrastem com isso milhares de pessoas.

4. Igrejas com pseudo-pastores vestidos de médicos e enfermeiros cheios de rituais mágicos, vendendo coisas sagradas. Diante de tanto sofrimento físico e mental, principalmente provocado pelo sistema econômico capitalista, dominado por doenças cuja cura a Ciência não encontrou, atingindo crianças e pobres, doenças da alma por causa das formas violentas de relações humanas, alterações genéticas, é importante que as igrejas tenham um trabalho de apoio, esperança, bolsas de saúde, amparo e até mesmo envolvendo-se nos processos de cura, utilizando todos os instrumentos disponíveis no mundo, mas a missão fundamental das igrejas não é a operacionalização de milagres físicos nem a pretensão impossível de tentar reviver o contexto histórico do primeiro século, até porque a forma de cura que lá ocorria, não vemos nem veremos acontecer em nossos dias. Basta exemplificar da seguinte forma, Jesus Cristo nunca chamava para perto de si os doentes, nem conclamava populações para grandes concentrações de milagres. Pessoalmente ia até os lugares onde os doentes se encontravam, procurava os portadores de doenças incuráveis pela medicina da época. Isso nunca foi feito em nossos dias. Jesus Cristo terminou seus dias terrenos numa cruz e não morando em apartamentos luxuosos, nem figurando na lista dos líderes mais ricos de seu tempo, nem pregava em púlpitos blindados, coisas do gênero.
(Eclesiologia, História da Igreja, Escola Dominical, Conceito de Igreja, Escola Dominical-Igreja)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Estudos bíblicos em Mateus 2.13-18 - Manifestações miraculosas como fonte de fé

Estudamos a passagem de Mateus 2.13-18 - A fuga da sagrada família para o Egito. É bom prestar atenção na teologia de Mateus e trabalha-la com os participantes da comunidade que você ensina ou pastoreia.

1. Teologia do capítulo
A. Fontes da revelação cristã-judaica.
- Mateus trabalha com o modo judeu de revelação: sonhos e aparições miraculosas
- O que Mateus chama de "divina revelação" nada tem a ver com o que os pastores pentecostais chamam de "orar por divina revelação" na qual supostamente revelam doenças e doentes. Divina revelação aqui é a de novos ensinamentos, verdades, algo em torno do que os espiritualistas chamam de vidência. Os reis magos foram avisados por divina revelação para fugir para o Egito e não para serem curados de alguma enfermidade. Esse tipo de revelação foi sempre desconhecido dos autores da Bíblia e representa uma afirmação perigosa em nossos dias, capaz de levar as pessoas a se submeter aos pastores autoritários legitimando as mais variadas doutrinas por mais absurdas que sejam.
- Podemos nos perguntar se Deus ainda se manifesta para nos ensinar verdades, aprimorar nossa fé, nos fazer crescer no conhecimento, através de sonhos. Devemos incentivar que nossos irmãos contem seus sonhos na comunidade? Fazerem pregações expositivas sobre seus sonhos?
- Por que algumas igrejas não aceitam os sonhos como fonte de autoridade da fé cristã.
- Qual o papel das visões no ensinamento cristão. Quais igrejas e movimentos começaram através das visões de seus líderes, quais os acertos destas e os erros?
- Sonhos, visões, a Bíblia, qual a diferença entre estas? Deus continua, visto que Deus é o mesmo ontem, hoje e eternamente? Então como explicar Hebreus 1:1-3?

2. Oportunidade para debater a atualidade ou o encerramento das manifestações espirituais nos cultos cristãos como na igreja primitiva. Será que a presença de tais sinais nos cultos seriam a prova de fidelidade dos cristãos modernos às suas origens cristãs ou sinais da presença de Deus nos ministérios presentes? Precisamos ainda dos dons espirituais? Será que o conteúdo dos ensinamentos do Novo Testamento ou conhecimentos que se aperfeiçoaram no decorrer dos tempos não substituíram e muito melhor as práticas espiritualistas dos primeiros cristãos?

3. O que contribui para a comunidade, para o próprio indivíduo, tanta coisa chamada de dom de línguas, profecia, curas e por que outros dons não são enfatizados nas manifestações? Todas estas coisas não pertencem ao desenvolvimento da igreja cristã, que nasceu, foi adolescente e finalmente encontra-se em estado de maturidade, com melhores recursos para ensinar e praticar a verdade cristã?
1 Coríntios 13:8-13.

4. Mateus fala de sonhos, visões, manifestações, porque está num ambiente judeu e estes gostam de sinais (1 Coríntios 1:18-21).



terça-feira, 28 de outubro de 2014

Estudos Bíblico-Teológicos em Mateus 2:1-12

Introdução

Mateus é um escritor judaizante. Pertencia ao ramo palestiniano da fé cristã que se opunha aos ensinamentos do apóstolo Paulo e estava mais ou menos alinhado com os ensinamentos do apóstolo Tiago.


Nascimento de Jesus e as relações inter-religiosas
1. O evangelista considerou importante que líderes de religiões orientais, não judaicas, não cristãs tivessem vindo adorar, prestar respeito e admiração a um líder de uma facção judaica, fundador de outro segmento religioso.
Isso soa estranho e por isso o assunto não está abordado com profundidade em nossas faculdades e púlpitos. É um relato que coloca o fundamentalismo de cabeça para baixo, pois afinal, a adoração a Deus e a Sua mensagem não são propriedades de determinados grupos denominacionais. Alguns passos foram dados mas encontram dificuldades ante o pedantismo teológico, ao registro pessoal de posse da verdade, por grupos, mas as igrejas cristãs, já conseguem, vagarmente, conversar entre si, nas associações de ministros cristãos. Nosso problema maior continuará no diálogo entre religiões cristãs e não cristãs.
Estaríamos diante do quadro da missão universalista de Jesus Cristo. Que bem pode assumir formas de revelação diferentes das nossas em outras culturas. Vale aqui um retorno ao pensamento de Russell Norman Champlin. Ou estaria Mateus querendo nos transmitir uma idéia de superioridade da cultura e da teologia judaica em relação às de outros povos e cultura?

2. Herodes a realeza de aparência
Herodes se apavorou ao ouvir a denominação de "Rei dos judeus" pelos magos e pelo povo simples da Judéia. Ele se considerava rei.
Seu título era uma gentileza concedida pelo Imperador Romano. Na prática, Herodes não era rei, mas vassalo de Roma. Era um judeu que vendera sua nacionalidade em troca de vantagens políticas, na linguagem moderna, um entreguista. Os nossos pastores poderiam proceder uma investigação histórica desse personagem para transmitir aos seus ouvintes as características de sua personalidade e trazê-las para o terreno da nossa prática de cidadania em nosso país.
A) Perfil de Herodes na perspectiva muçulmana:
1. Gostava de ser chamado "o Grande";
2. Reinou durante 33 anos;
3. Homem cruel e presunçoso;
4. Dava pouca ou nenhuma importância a fé dos judeus;
5. Tinha um ciúme enorme de Salomão que chegou a "reconstruir um templo em Jerusalém" e deu o nome de "Templo de Salomão"; qualquer semelhança é mera coincidência.
6. Tinha mania de perseguição; Mandou assassinar o próprio filho por ciúme do amor que o povo lhe tinha; Mandou matar a própria esposa suspeitando de traição.
(http://www.rmesquita.com.br/herodes.htm)

7. O historiador Josefo registra sua morte - "“uma coceira intolerável em toda a pele, contínuas dores nos intestinos, tumores nos pés, como na hidropisia, inflamação do abdômen e gangrena nos órgãos genitais, resultando em vermes, além de asma, com grande dificuldade de respiração, e convulsões em todos os membros”. (“A guerra dos judeus”, I, 656, XXXIII, 5)." - http://cienciaconfirmaigreja.blogspot.com.br/2008/12/enquanto-os-santos-inocentes-reinam-no.html.

3. Religião na hora do apuro
Herodes dava a mínima para as religiões, nem para a sua que seria natural, o judaísmo. Mas nesta hora de crise, perigo de perder o poder, valeria escutar lideranças religiosas e converter seus ensinamentos a seu favor.
Em nossos dias as coisas não são diferentes. Nem precisam os políticos chamar os nossos modernos pastores, que se auto intitularam assim, estes próprios vão procura-los e oferecer seus serviços teológicos para as classes políticas, especialmente, aquelas que vivem da exploração da miséria alheia.

4. A importância dos sonhos para o nosso desenvolvimento espiritual
Os fundamentalistas em nome da suficiência das Escrituras em matéria de fé, desprezam totalmente os sonhos como uma das formas de que as forças superiores se comuniquem com a nossa alma. Creem eles que o encerramento do Canon Sagrado deu-se com a conclusão do livro do Apocalipse e que Deus encerrou qualquer outra forma de revelação.
Os pentecostais deram importância exagerada aos sonhos e transformaram seus individuais em motivo para fundação de centenas de novas denominações, atacando-se umas às outras.

Qual o lugar dos sonhos no equilíbrio da nossa personalidade? Que dizem as diferentes correntes da Psicologia e do pensamento científico? Precisamos retomar esse assunto, com maturidade, aprofundamento em nossas comunidades. Os sonhos são matérias importantes e o sonho de toda a comunidade, desde que voluntariamente, devem ser debatidos para a saúde mental e intelectual dos que assistem os cultos. Transformá-los na justificativa de atitudes desordenadas e doentias de falsos pastores é a mesma coisa que desprezá-las como forma de que Deus fale conosco no cotidiano ou limitar a atuação de Deus sem Seu consentimento.







Igrejas sem sentido algum

Alguns acontecimentos sociais e políticos que afetaram as igrejas evangélicas no Brasil e que as tsornaram obsoletas, inúteis e improdutivas para a vida das pessoas. Por essas características não compensa mais frequentá-las.

1. Igrejas compostas por membros analfabetos funcionais. Os crentes são batizados cedo demais, sem compreenderem as implicações de se dizer "evangélico e membro daquela denominação". A maioria dos membros de uma igreja não sabem porque pertencem a ela e não as outras igrejas. Os membros analfabetos funcionais são membros das igrejas por tradição, vieram de pais que eram evangélicos ou seguem, fanaticamente, o que ensinam seus pastores sem qualquer reflexão crítica, questionamento ou aprofundamento. Em geral, os evangélicos falam muito na Bíblia, mas não a lêem e estudar muito menos. A Bíblia nos lares dos evangélicos é um objeto esotérico, supersticioso, que se acredita dar sorte pelo simples fato de se colocar na cabeceira da cama. Mas vejamos o que é um analfabeto funcional e como ele se aplica aos evangélicos. "Termo que se refere ao tipo de instrução em que a pessoa sabe ler e escrever mas é incapaz de interpretar o que lê e de usar a leitura e a escrita em atividades cotidianas. Ou seja, o analfabeto funcional não consegue extrair sentido das palavras nem colocar idéias no papel por meio do sistema de escrita, como acontece com quem realmente foi alfabetizado" (http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=132).
As igrejas não incentivam a leitura nem possuem bibliotecas, escolas de formação básica ou institutos de estudos bíblicos com seriedade. A responsabilidade pelo caos na educação cristã e sistemática dos crentes se deve a eles próprios. Possuem os pastores que merecem. Escolhem homens e mulheres que não são devotados aos estudos, que não amam a leitura e a pesquisa. Seus pastores são homens e mulheres acomodados, sabem que mesmo jogando palavras ao vento, os membros, como ovelhas dóceis, não reclamarão.
Pensemos numa situação como a que experimentou Felipe quando viajava e encontrou o servo da Rainha de Candace. Em Atos 8.27 o diácono Felipe perguntou se o empregado da Rainha entendia o que lia. Como não entendia passou a explicar. Qual dos membros de nossas igrejas está em condições de explicar as passagens bíblicas, eles não as leram, não as estudaram. Vão dizer o que?
Algumas igrejas são essencialmente contrárias ao estudo e a leitura da Bíblia, embora tenham a façanha de se dizer cristãs. São as responsáveis pela Idade Média dos cristãos, pois embutido nessa satânica campanha, incentivam o analfabetismo em todos os níveis da vida humana. Mas estas não estão diferentes das igrejas que mantém enganosas faculdades de teologia. Nestas, as disciplinas são abordadas apenas como decoreba e encaixe de passagens bíblicas sem contexto, sem história, desconhecendo os caminhos da formação do canon sagrado, da cultura religiosa, como se num passe de mágica a Bíblia tivesse caído do céu. Ao ignorar a Bíblia na ação humana, como livro produzido, discutido, selecionado por homens e com critérios humanos, tornam a Bíblia um livro mágico e com portas abertas para todo o tipo de diversionismo teológico.
As denominações, as igrejas, pastores deveriam promover campanhas de alfabetização de adultos, incentivo de prosseguimento de escolarização dos fiéis, apoio aos estudos nos níveis de educação básica a pos-graduação. Precisamos de fé qualificada e não de burrice louvada como se fosse temor de Deus.

Pastores sem sólida formação acadêmica e literária.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Escola Bíblica: o valor do canto na comunidade cristã

Textos: Mateus 5:13-14 e Miquéias 5:23

INTRODUÇÃO:
Que tal estudar, efetuar leituras, resumir aos alunos a história da música na humanidade, inserindo a prática bíblica nesse contexto geral.
A Bíblia não fala apenas da música como atividade religiosa, mas como atividade política, cultural, no Antigo Testamento. As menções no Novo Testamento tem um caráter mais litúrgico.
A Bíblia, inserida no contexto histórico e na cultura universal associa sempre a música a dança.

MÚSICA NO ANTIGO TESTAMENTO
1. Cânticos individuais;
2. Cânticos coletivos
3. Cânticos militares
4. Cânticos religiosos
5. Cânticos populares

MÚSICA NA COMUNIDADE CRISTÃ PRIMITIVA
1. Os cânticos eram congregacionais
2. Os cânticos eram sem instrumentos musicais: estes eram associados aos sacrifícios de mártires, usados nas orgias romanas;
3. Utilizavam as melodias gregas, romanas e hebraicas: simples e austeras;

MÚSICA NO SÉCULO II - IV
1. O povo apenas respondia o "Aleluia" ou o "Amém"


MÚSICA NA ERA DA REFORMA LUTERANA - 1517
1. Canto congregacional restituído
2. Música na orientação calvinista: simples, uníssona, melodia fácil para evitar o exibicionismo;

MÚSICA NA ERA CONTEMPORÂNEA
1. Qualidade nas composições, rigor doutrinário, experiências fortes de vida: Fanny Crosby

MÚSICA EM NOSSOS DIAS
1. Liberdade nas composições: sem rigor doutrinário, sem rigor textual, sem rigor metódico na composição do rítmo;
2. Ecletismo com as músicas seculares, populares, espiritualistas;
3. Ênfase na tecnologia, nos instrumentos, no emocionalismo;
4. Sem perfeição vocal;
5. Música esotérica e satânica;


sexta-feira, 11 de julho de 2014

Esboços de sermões: o sangue de Cristo

Onde não há sangue, não há salvação
O único passaporte para o céu é o sangue do Cordeiro de Deus
Nada nos poderá proteger da ira vindoura senão o sangue de Cristo.
A importância do sangue no propósito de Deus é mostrada pelo fato de ser sancionada mais de 400 vezes em Sua Palavra.
Se alguém aceitar o sangue de Cristo pelo seu pecado, está salvo, indiscutível, absoluta, perfeita e eternamente salvo. Nada ajuda tanto a vencer o pecado, como conhecer o valor deste sangue.

O sangue de Cristo é:

1. O preço da redenção do crente

Atos 20:28 - "Ele resgatou com Seu próprio sangue"
Efésios 1:7 - "Redenção pelo Seu sangue" - Col. 1:14
1 Pedro 1:18-19 - "com o precioso sangue de Cristo"
Apocalipse 5:9 - "com o Teu sangue compraste..."


2. A base do perdão do crente

Efésios 1:7 - "Redenção pelo Seu sangue" - Col. 1:14
Hebreus 9:22 - "sem derramento de sangue, não há remissão"
Colossenses 2:13 - "perdoando-vos todas as ofensas"

3. A base da justificação do crente

Romanos 5:9 - "justificados pelo Seu sangue"
Justificação, redenção, perdão, são graças atuais.

4. A base da paz do crente

Não precisamos fazer a paz com Deus, ela está feita; nós temos apenas que aceita-la.
Colossenses 1:20 - "por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz"
Romanos 5:1 - "sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus"

5. A base da purificação do crente

1 João 1:7 - "nos purifica de todo o pecado"
Apocaliose 1:5 - "em Seu sangue nos lavou de nossos pecados"


6. O meio de acesso do crente a Deus

Efésios 2:13 - "pelo sangue de Cristo chegaste perto"
Hebreus 10:19 - "entrar no santuário pelo sangue de Jesus"


7. A base da fraternidade cristã

1 Coríntios 10:17 - "porque nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo"


Nota do Blogue: Estes estudos foram publicados pela Associação para Estudo Bíblico, fundada em 1889 e situada na 2635, Lenape Road, Philadelphia, 31, PA. USA. Estas notas recebi do Missionário C. Daniel Holden, missionário batista, fundador da Primeira Igreja Batista Regular de Ponta Grossa - PR.


terça-feira, 8 de julho de 2014

Apontamentos de História para pastores e obreiros: século VII

Papas missionários - Gregório, o Grande
Se impressionou ao ver crianças inglesas colocadas à venda no mercado de escravos. "Anglos não, são anjos, tivessem conhecido eles o Evangelho" (H G Wells - História Universal, Vol. 4:1004-1005.

Cristianismo sem Cristo
"O Cristianismo oficial desde muito enterrara e esquecera aqueles estranhos ensinamentos de Jesus de Nazaré de que se havia originado. A Igreja Romana, agarrando-se tenazmente à posse do título de pontifex maximus, abandonara de longa data a missão a que se propusera de realizar o Reino do Céu. Só se preocupava agora com a restauração da supremacia romana sobre a terra, supremacia que considerava com sua herança. Tornara-se uma corporação política a utilizar a fé e as necessidades dos homens simples para a realização dos seus planos e cálculos. Apegou-se à tradição do Império Romano e a idéia de que aí estava o método natural da unidade europeia. E, numa série de tentativas para restaurá-la, a Europa afundou-se numa fatigante e obscura fase de imitação e repetição dos planos errôneos e falhos do passado..." (História Universal, Vol. 4:1012-1013).

Restaurar o Império Romano - um plano religioso

"A idéia do império redivivo só muito gradualmente alvoreceu no espírito de Carlos Magno..."
(História Universal, Vol. 4:1014)

sábado, 29 de março de 2014

Estudos no Êxodo: estrangeiros no Egito 1:1-14

São estes, pois, os nomes dos filhos de Israel que entraram com Jacó no Egito, cada um com a sua respectiva família: ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||1
 2 Rúben, Simeão, Levi e Judá; ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||2
 3 Issacar, Zebulom e Benja­mim; ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||3
 4 Dã, Naftali, Gade e Aser. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||4
 5 Ao todo, os descendentes de Jacó eram setenta[1]; José, po­rém, já estava no Egito.
[1] Os manuscritos do mar Morto e a Septuaginta dizem setenta e cinco. Veja Gn 46.27 e At 7.14.
||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||5
 6 Ora, morreram José, todos os seus irmãos e toda aquela geração. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||6
 7 Os israelitas, po­rém, eram férteis, proliferaram, tornaram-se numerosos e fortaleceram-se muito, tanto que encheram o país. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||7
 8 Então subiu ao trono do Egito um novo rei, que nada sabia sobre José. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||8
 9 Disse ele ao seu povo: Vejam! O povo israelita é agora numero­so e mais forte que nós. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||9
 10 Temos que agir com astúcia, para que não se tornem ainda mais numerosos e, no caso de guerra, aliem-se aos nossos inimigos, lutem contra nós e fujam do país. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||10
 11 Estabeleceram, pois, sobre eles chefes de trabalhos forçados, para os oprimir com tare­fas pesadas. E assim os israelitas construíram para o faraó as cidades-celeiros de Pitom e Ramessés. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||11
 12 Todavia, quanto mais eram oprimi­dos, mais numerosos se tornavam e mais se espalhavam. Por isso os egípcios passaram a temer os israelitas, ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||12
 13 e os sujeitaram a cruel escravidão. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||13
 14 Tornaram-lhes a vida amarga, impondo-lhes a árdua tarefa de preparar o barro e fazer tijolos, e executar todo tipo de trabalho agrícola; em tudo os egípcios os sujeitavam a cruel escravidão. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||14
 15 O rei do Egito ordenou às parteiras dos hebreus, que se chamavam Sifrá e Puá: ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||15
 16 “Quan­do vocês ajudarem as hebréias a dar à luz, verifiquem se é menino[2]. Se for, matem-no; se for menina, deixem-na viver”.
[2] Hebraico: as duas pedras. Possível eufemismo para os órgãos genitais ou ainda uma referência a um assento onde as mulheres davam à luz.
||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||16
 17 Todavia, as parteiras temeram a Deus e não obedeceram às ordens do rei do Egito; deixaram viver os meni­nos. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||17
 18 En­tão o rei do Egito convocou as partei­ras e lhes perguntou: “Por que vocês fizeram isso? Por que deixaram viver os meninos?” ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||18
 19 Responderam as parteiras ao faraó: “As mulheres hebréias não são como as egípcias. São cheias de vigor e dão à luz antes de chegarem as parteiras”. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||19
 20 Deus foi bondoso com as parteiras; e o povo ia se tornando ainda mais numeroso, cada vez mais forte. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||20
 21 Visto que as parteiras temeram a Deus, ele concedeu-lhes que tivessem suas próprias famílias. ||Português: Nova Versão Internacional||Êxodo||1||21
 22 Por isso o faraó ordenou a todo o seu povo: “Lancem ao Nilo todo menino recém-nascido[3], mas deixem viver as meninas”.

http://www.bibliaonline.net/biblia/?livro=2&versao=17&lang=pt-BR&cab=

1. Qual é a sua identidade? 1:1

Nos tempos bíblicos do Antigo Testamento era costume trocar o nome de uma pessoa toda a vez que ela experimentava uma situação transformadora em sua vida.
Jacob tivera seu nome mudado para Israel. Duas identidades. O velho e o novo homem. Quem está em Cristo Jesus nova criatura é. Qual perfil seu fala mais alto em sua vida? A carne ou o espírito?

2. Você já prestou atenção na numerologia bíblica? 1:2 - Eram "setenta almas". Múltipo de 7 e de 10.

3. Na história Deus pode ter um santo no mundo. José tinha ficado no Egito. Quais são os propósitos de Deus para sua vida para o lugar onde você está? Romanos 8.32-39. Romanos 12:1-2;
- O Egito é o mundo secular. Ser cristão numa comunidade é uma coisa, num seminário, mas na vida comum entre os demais mortais e pecadores é o desafio.
- O Egito é a política - qual o papel de um homem que teme a Deus no exercício dos poderes temporais
- O Egito é a fase das provações, dos sofrimentos, a escravidão, dos vícios, das pressões.

4. Estejamos preparados para surpresas que a vida nos apresente, sempre com temor de Deus. 1:8
O importante é estar unido em número e pensamento. Quanto mais gente mais vitória poderemos ter.
Deus não nos permite descansar no conformismo, nos apresenta novos desafios para vencermos.

5. Quando estamos vivendo no temor e na vontade de Deus, até aquilo que armam em segredo contra nós, é transformado em bênção. 1:11-14.

6. Encarar o sofrimento e lutar pela sua superação. Os hebreus mantiveram sua fé em Deus, fizeram o duro trabalho que lhes fora imposto, mas não deixaram de AGIR para vencer.