A revista Unespciência, número 5/48, traz reportagem de Maria Fernanda Ziegler a respeito da liderança feminina no processo histórico do Cristianismo e das igrejas cristãs. Comportando informações, provocando a reação dos teólogos, o material deve sim, constar, das recomendações bibliográficas dos institutos, seminários e faculdades teológicas. A repórter apresenta ao público o trabalho de Eliezer Serra Braga, doutorando em História, na UNESP. O relevante da matéria é a garimpagem que a autora fez em autores, intérpretes catando citações e referências, em obras, no geral, distantes e de difícil acesso do estudante comum de teologia e história.
Alguns pontos altos da reportagem ficam diante do de se reconhecer que o Cristianismo nunca foi um movimento único, uníssino e que o tão propalado discurso da "igreja uma" jamais existiu. Os historiadores honestos sabem disso e nunca será tarde lembrar. As pesquisas mencionadas por Maria Fernanda somam-se a este esforço e por isso devem ser lidas e divulgadas. O Cristianismo sempre foi um conglomerado de "seitas" e "heresias" ou escolas de pensamento como gostamos de afirmar.
Em determinada altura a matéria referencia o óbvio, como se fosse inédito. A inexistência de liderança feminina desde os primórdios dos Atos dos Apóstolos, por exemplo. O Cristianismo nasceu sem a necessidade e importância da liderança feminina. Nem poderia ser diferente. Nascia o novo rebento do judaísmo calcado em valores judaicos e greco-romanos. Embora o tema causasse certo incômodo nos fundadores da nova religião, como se deixa entender a confusa teoria que Paulo de Tarso tenta elaborar sobre a mulher (Gálatas 3:28 em geral diferindo do que ele diz em Efésios 5 e 1 Coríntios 11). As autoras constatam e nisso não há novidade que o conceito de igualdade é contemporâneo, por isso, quem sabe, faltou cuidado em alcunhar o período histórico do Cristianismo, antes da contemporaneidade de machista. Evidentemente, os estudiosos da Bíblia sabem que, por volta do ano 33 d.C. haviam sim, diaconisas nas igrejas locais e isto são evidentes pelas passagens do livro de Atos e a Epístola aos Romanos.
Quais problemas teológicos-históricos a reportagem apresenta e torna seus autores e citados em dívida com os leitores da revista? Primeiramente, o conceito "Igreja" singular. Em geral um vício que mesmo acadêmicos insistem trilhar, porque, desconhecedores de questões de teologia, forçam uma visão de que, o Cristianismo e Igreja Católica Romana se confundem. Na verdade, a Igreja Católica é uma instituição que representa um desvio de rota, um desenvolvimento posterior no Cristianismo. Se podemos utilizar o termo "Igreja", diríamos que a Igreja Cristã não nasceu católica, mas esse ramo se tornou hegemônico, dada a aliança com o poder secular. O catolicismo triunfou depois do ano 325 d.C. Para o historiador Walker, o cristianismo nos primórdios era um conjunto de comunidades locais, autônomas e independentes, unidas apenas pela mesma fé. A centralidade, autoridade única, nunca foi unânime nas comunidades cristãs, razão porque as dissidentes foram perseguidas cruelmente, logo que a comunidade de Roma se desviou da ortodoxia e associou-se ao Império secular
Os escritos do Novo Testamento são fontes seguras da história do pensamento e prática dos cristãos. Enquanto menciona a existência de diaconisas, não registra nenhuma mulher exercendo o bispado, até porque a própria função de bispo, no período apostólico nada tem a ver com as funções atribuídas aos religiosos que constatamos atualmente. As lutas e as idéias de Agostinho de Hipona não são, registro fiel do período de fundação do cristianismo e nem correspondem ao geral das igrejas cristãs que existiam na fase. Portanto, as formulações do Professor Paulo Nogueira são pertinentes. O papel da mulher nos primeiros cem anos do Cristianismo é o que Paulo determina em 1 Coríntios 11 e 14 e 1 Timóteo 2. Nada além.
Outra questão que soa estranho é o esforço que a matéria tem em constituir algumas mulheres do relato bíblico em líderes cristãs de autoridade em matéria de fé, caso mencionado de Maria Madalena. Para sustentar essa posição as autoras recorrem a outra formulação teológica equivocada, a de que, a Pedro foi confiada a organização do cristianismo. Basta-nos boa leitura dos Atos 10:38-46, Gálatas 1 e 2; Efésios 3 para entendermos que a liderança fundacional do Cristianismo coube a Paulo e não a Pedro. O último representou um esforço de continuar o judaísmo dentro do Cristianismo. Portanto, o desenvolvimento organizacional, téorico da seita dos cristãos se constituiu nos marcos do "machismo".
Mas a matéria faz uma afirmação ousada, a de que o leitor da Biblia precisa de genialidade, de entender o idioma grego, para não cair em "deslizes machistas" dos tradutores. Um dado que permanece sem qualquer prova ou sinal de onde, num exemplo citado para ilustrar a novidade, isso tenha ocorrido.
http://www.unesp.br/aci_ses/revista_unespciencia/acervo/48/mulheres-cristianismo
sexta-feira, 27 de dezembro de 2013
domingo, 17 de novembro de 2013
Epístola aos Efésios: teologia da paternidade de Deus
A paternidade de Deus - Efésios 1.1-14
1. Deus é apresentado no Antigo Testamento como juiz, castigador, vingador, que pune sem misericórdia quem transgride suas leis. Gênesis 19.24-25; Jeremias 11.22; Apocalipse 2.18-23;
2. Tomás de Aquino opinava que ""A vingança se consuma quando se inflige ao pecador um mal de pena. Por conseguinte, na vingança deve-se levar em conta o ânimo daquele que a exerce. Porque se a intenção dele recai principalmente sobre o mal daquele de quem se está vingando, e nisto se compraz, então isto é absolutamente ilícito, porque o fato de se comprazer com o mal de outrem é da ordem do ódio, que repugna à caridade, pela qual devemos amar todos os homens. E ninguém se desculpa alegando querer o mal daquele que injustamente lhe fez mal; da mesma forma que ninguém se desculpa de odiar aqueles que o odeiam." (Suma Teológica II-II, q. 108, a. 1)" - citada por padre Paulo Ricardo;
3. A idéia de que Deus é mais amor que vingança está presente em Marcião, no espiritismo, na teologia modernista, no pensamento de Russell Norman Champlin, teólogo brasileiro e é também a opinião do autor destas notas;
4. Paulo apresenta o mesmo Deus do Antigo Testamento como um fantástico pai amoroso. Os judeus e a cultura greco-romana davam pouco valor ao papel da mulher, consequentemente da mãe. Se os escritores bíblicos vivessem em nossos dias falariam do papel maternal de Deus, sem qualquer problema.
5. Deus é pai de Jesus Cristo. Deus é pai de todos os que crêem na mensagem de Jesus Cristo. Paulo tem uma descrição próxima de João (João 1.12-13).
6. Deus é um pai que abençoa, escolhe, elege, derrama graça, proporciona paz, revela mistérios seus aos seus filhos, redime, predestina, glorifica. Comparemos esta passagem com Romanos 8.27 a 39, cuja leitura pausada merece ser feita em nossos púlpitos.
Questões de debate propostas aos alunos:
Paulo não apresenta uma teologia trinitariana nestas passagens. Jesus Cristo é apresentado como Filho de Deus Pai, consequentemente, duas pessoas são destacadas pelo apóstolo. O bom professor de Bíblia pode aproveitar a oportunidade para debater as teses do unitarismo ariano, unicismo sabeliano, trinitarianismo de Tertuliano.
E o Espírito Santo como fica nestas passagens? Em Efésios 1.13 pode se referir a ele ou o texto tem outra significação?.
1. Deus é apresentado no Antigo Testamento como juiz, castigador, vingador, que pune sem misericórdia quem transgride suas leis. Gênesis 19.24-25; Jeremias 11.22; Apocalipse 2.18-23;
2. Tomás de Aquino opinava que ""A vingança se consuma quando se inflige ao pecador um mal de pena. Por conseguinte, na vingança deve-se levar em conta o ânimo daquele que a exerce. Porque se a intenção dele recai principalmente sobre o mal daquele de quem se está vingando, e nisto se compraz, então isto é absolutamente ilícito, porque o fato de se comprazer com o mal de outrem é da ordem do ódio, que repugna à caridade, pela qual devemos amar todos os homens. E ninguém se desculpa alegando querer o mal daquele que injustamente lhe fez mal; da mesma forma que ninguém se desculpa de odiar aqueles que o odeiam." (Suma Teológica II-II, q. 108, a. 1)" - citada por padre Paulo Ricardo;
3. A idéia de que Deus é mais amor que vingança está presente em Marcião, no espiritismo, na teologia modernista, no pensamento de Russell Norman Champlin, teólogo brasileiro e é também a opinião do autor destas notas;
4. Paulo apresenta o mesmo Deus do Antigo Testamento como um fantástico pai amoroso. Os judeus e a cultura greco-romana davam pouco valor ao papel da mulher, consequentemente da mãe. Se os escritores bíblicos vivessem em nossos dias falariam do papel maternal de Deus, sem qualquer problema.
5. Deus é pai de Jesus Cristo. Deus é pai de todos os que crêem na mensagem de Jesus Cristo. Paulo tem uma descrição próxima de João (João 1.12-13).
6. Deus é um pai que abençoa, escolhe, elege, derrama graça, proporciona paz, revela mistérios seus aos seus filhos, redime, predestina, glorifica. Comparemos esta passagem com Romanos 8.27 a 39, cuja leitura pausada merece ser feita em nossos púlpitos.
Questões de debate propostas aos alunos:
Paulo não apresenta uma teologia trinitariana nestas passagens. Jesus Cristo é apresentado como Filho de Deus Pai, consequentemente, duas pessoas são destacadas pelo apóstolo. O bom professor de Bíblia pode aproveitar a oportunidade para debater as teses do unitarismo ariano, unicismo sabeliano, trinitarianismo de Tertuliano.
E o Espírito Santo como fica nestas passagens? Em Efésios 1.13 pode se referir a ele ou o texto tem outra significação?.
domingo, 3 de novembro de 2013
Escola Bíblica - Estudos em 1 Coríntios 12.28-31 - Dons espirituais
"E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas.
29 Porventura são todos apóstolos? são todos profetas? são todos mestres? são todos operadores de milagres?
30 Todos têm dons de curar? falam todos em línguas? interpretam todos?
31 Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente"
Os neopentecostais jamais farão milagres como fizeram Jesus Cristo e os apóstolos. Suas curas correspondiam a doenças incuráveis. Não chamavam para grandes concentrações de milagres e mágicas os enfermos, eles iam nos lugares onde estavam acamados os doentes. Não recebiam nenhum centavo pelos milagres operados, mesmo em nome de sustentar algum tipo de ministério.
A discussão sobre a continuidade ou não dos dons espirituais está vazia e não penetra no cerne do problema e da importância dos dons. Alguns crêem que os dons ocorrem expecionalmente. Entre estes intérpretes estão Israel Carlos Biork e Donald Turner, ambos teólogos de grande projeção entre os fundamentalistas. Evidentemente os continuadores do movimento carismático defendem que os dons estão se repetindo e ainda crêem que aquilo que ocorre em suas igrejas são as mesmas manifestações dos tempos primitivos. Os cessacionistas, como McArthur, George Wells, grande parte das igrejas evangélicas fundamentalistas, crêem que os dons miraculosos pertenceram ao tempo de afirmação evangélica no nascedouro da Igreja e cessaram quando o canon das Escrituras foi concluído. Os ultradispensacionalistas defendem que os dons imperaram enquanto havia uma dispensação judaica, uma igreja judaica, que era ainda "o Mistério" revelado a Paulo. A partir de Atos 13 ou 28 cessaram os dons espirituais todos.
Quem tem uma posição interessante, bíblica e coerente, é o Dr. Russell Norman Champlin, autor dos comentários melhores em língua portuguesa do Antigo e do Novo Testamento. Ele afirma a continuidade dos dons espirituais, mas não no estilo e prática do Novo Testamento, conforme a evolução histórica da cultura e dos costumes. Champlin também tem dúvidas quanto a qualidade espiritual das manifestações do movimento carismático. Que o estudante das Escrituras veja seus comentários com relação a passagem que estudamos.
Afirmar que os dons cessaram não significa que Deus deixou de operacionalizar milagres e curas divina expectaculares. Temos que admitir que a operação de maravilhas nunca foi a razão de ser e o sentido da pregação dos primeiros cristãos. Os sinais seguiam a mensagem, mas não eram a mensagem. A ênfase e a preocupação dos pregadores não estava nos sinais, mas na mensagem de arrependimento do Cristianismo. Elas eram meros sinais. Marcos 16.17-18; 1 Coríntios 1.22.
Os modernos pentecostais inverteram a ordem das coisas. Veja como Paulo ordena os dons espirituais. (1) Apóstolos, isto é, missionários, fundadores de igrejas, evangelistas inter continentais. (2) Profetas, homens especializados e ocupados em transmitir a revelação da Palavra de Deus, fazendo-a entendida e compreendida pela igreja local. O dom da profecia em nossos dias está na produção de estudos bíblicos, pesquisas sobre as Escrituras, nos raros mestres que as igrejas possuem. (3) Mestres, cuja explicação de suas funções está em Efésios 4.11-17 e Hebreus 5.12 a 6.10. Lamentavelmente, este dom falta em nossas igrejas e nem mesmo pastores formados em faculdades de teologia e seminários o possuem. A falta deste dom resulta na baixa qualidade e na contradição entre o que nossos membros dizem ser e o que fazem. A maioria dos cristãos não alcança maturidade e desenvolvimento, crentes envelhecem assistindo cultos sem aprofundar o conhecimento em verdades profundas das Escrituras. (4) Variedade de línguas. A expressão fala por si. Aqui não se refere, como diz Russell Champlin, aos balbucios comuns nos cultos carismáticos.
Os neopentecostais jamais farão milagres como fizeram Jesus Cristo e os apóstolos. Suas curas correspondiam a doenças incuráveis. Não chamavam para grandes concentrações de milagres e mágicas os enfermos, eles iam nos lugares onde estavam acamados os doentes. Não recebiam nenhum centavo pelos milagres operados, mesmo em nome de sustentar algum tipo de ministério.
A discussão sobre a continuidade ou não dos dons espirituais está vazia e não penetra no cerne do problema e da importância dos dons. Alguns crêem que os dons ocorrem expecionalmente. Entre estes intérpretes estão Israel Carlos Biork e Donald Turner, ambos teólogos de grande projeção entre os fundamentalistas. Evidentemente os continuadores do movimento carismático defendem que os dons estão se repetindo e ainda crêem que aquilo que ocorre em suas igrejas são as mesmas manifestações dos tempos primitivos. Os cessacionistas, como McArthur, George Wells, grande parte das igrejas evangélicas fundamentalistas, crêem que os dons miraculosos pertenceram ao tempo de afirmação evangélica no nascedouro da Igreja e cessaram quando o canon das Escrituras foi concluído. Os ultradispensacionalistas defendem que os dons imperaram enquanto havia uma dispensação judaica, uma igreja judaica, que era ainda "o Mistério" revelado a Paulo. A partir de Atos 13 ou 28 cessaram os dons espirituais todos.
Quem tem uma posição interessante, bíblica e coerente, é o Dr. Russell Norman Champlin, autor dos comentários melhores em língua portuguesa do Antigo e do Novo Testamento. Ele afirma a continuidade dos dons espirituais, mas não no estilo e prática do Novo Testamento, conforme a evolução histórica da cultura e dos costumes. Champlin também tem dúvidas quanto a qualidade espiritual das manifestações do movimento carismático. Que o estudante das Escrituras veja seus comentários com relação a passagem que estudamos.
Afirmar que os dons cessaram não significa que Deus deixou de operacionalizar milagres e curas divina expectaculares. Temos que admitir que a operação de maravilhas nunca foi a razão de ser e o sentido da pregação dos primeiros cristãos. Os sinais seguiam a mensagem, mas não eram a mensagem. A ênfase e a preocupação dos pregadores não estava nos sinais, mas na mensagem de arrependimento do Cristianismo. Elas eram meros sinais. Marcos 16.17-18; 1 Coríntios 1.22.
Os modernos pentecostais inverteram a ordem das coisas. Veja como Paulo ordena os dons espirituais. (1) Apóstolos, isto é, missionários, fundadores de igrejas, evangelistas inter continentais. (2) Profetas, homens especializados e ocupados em transmitir a revelação da Palavra de Deus, fazendo-a entendida e compreendida pela igreja local. O dom da profecia em nossos dias está na produção de estudos bíblicos, pesquisas sobre as Escrituras, nos raros mestres que as igrejas possuem. (3) Mestres, cuja explicação de suas funções está em Efésios 4.11-17 e Hebreus 5.12 a 6.10. Lamentavelmente, este dom falta em nossas igrejas e nem mesmo pastores formados em faculdades de teologia e seminários o possuem. A falta deste dom resulta na baixa qualidade e na contradição entre o que nossos membros dizem ser e o que fazem. A maioria dos cristãos não alcança maturidade e desenvolvimento, crentes envelhecem assistindo cultos sem aprofundar o conhecimento em verdades profundas das Escrituras. (4) Variedade de línguas. A expressão fala por si. Aqui não se refere, como diz Russell Champlin, aos balbucios comuns nos cultos carismáticos.
sábado, 2 de novembro de 2013
Epístolas aos efésios: a biografia da liderança religiosa
Como seria ou será a biografia dos religiosos em geral? Que exemplos deixam ou deixam de dar?
Os líderes modernos criaram palavras sensacionais para se auto-definirem, papas, cardeais, apóstolos, profetas, maiores pregadores de cura divina. O que fizeram com suas vidas em relação ao Evangelho, ao nome de Deus, a imagem pública de Jesus Cristo, se não construindo impérios empresariais para suas famílias. A maioria deles são proprietários de emissoras de rádio e televisão, editoras, planos de saúde. Junto com suas pregações é preciso proceder a venda de produtos de suas lojas eclesiásticas. Quando morrerem seus bens e suas igrejas se transformarão em questão de herança para os filhos e parentes. A maioria dos objetos que vendem em seus templos são produtos esotéricos que objetivam reforçar o caixa de tais denominações.
Suas pregações e suas aparições nos meios de comunicação não são para ensinar ao povo o conteúdo das Escrituras, porque estas eles nem chegam a ler e estudar. O que fazem é a publicidade de suas empresas denominacionais e promover a guerra contra as concorrentes. (2 Timóteo 3.14-17; Efésios 4.11-17). Muita gente religiosa que se auto enviou ao povo para domesticá-lo. Quase nenhum enviado por Deus.
São pastores avarentos, gananciosos, que tem suas casas sob forte esquema de segurança, porque o seu deus é o dinheiro.
Quantos pastores deixaram de constar em suas biografias a marca de homens que gastaram horas estudanto, lendo, pesquisando a/sobre a Palavra de Deus, se preparando como obreiros responsáveis.
Quantas gerações de cristãos que desprezam, não lêem ou estudam a Bíblia, dada a má atuação dos pastores nos púlpitos, que costumam dar água com açúcar para cristãos que deveriam estar amadurecidos. Hebreus 5.12-6.10.
Que diremos dos pastores que não visitaram enfermos, doentes mentais, cristãos enfraquecidos? Dos que se preocupam apenas com as coletas de ofertas e dízimos?
Os líderes modernos criaram palavras sensacionais para se auto-definirem, papas, cardeais, apóstolos, profetas, maiores pregadores de cura divina. O que fizeram com suas vidas em relação ao Evangelho, ao nome de Deus, a imagem pública de Jesus Cristo, se não construindo impérios empresariais para suas famílias. A maioria deles são proprietários de emissoras de rádio e televisão, editoras, planos de saúde. Junto com suas pregações é preciso proceder a venda de produtos de suas lojas eclesiásticas. Quando morrerem seus bens e suas igrejas se transformarão em questão de herança para os filhos e parentes. A maioria dos objetos que vendem em seus templos são produtos esotéricos que objetivam reforçar o caixa de tais denominações.
Suas pregações e suas aparições nos meios de comunicação não são para ensinar ao povo o conteúdo das Escrituras, porque estas eles nem chegam a ler e estudar. O que fazem é a publicidade de suas empresas denominacionais e promover a guerra contra as concorrentes. (2 Timóteo 3.14-17; Efésios 4.11-17). Muita gente religiosa que se auto enviou ao povo para domesticá-lo. Quase nenhum enviado por Deus.
São pastores avarentos, gananciosos, que tem suas casas sob forte esquema de segurança, porque o seu deus é o dinheiro.
Quantos pastores deixaram de constar em suas biografias a marca de homens que gastaram horas estudanto, lendo, pesquisando a/sobre a Palavra de Deus, se preparando como obreiros responsáveis.
Quantas gerações de cristãos que desprezam, não lêem ou estudam a Bíblia, dada a má atuação dos pastores nos púlpitos, que costumam dar água com açúcar para cristãos que deveriam estar amadurecidos. Hebreus 5.12-6.10.
Que diremos dos pastores que não visitaram enfermos, doentes mentais, cristãos enfraquecidos? Dos que se preocupam apenas com as coletas de ofertas e dízimos?
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Epístola aos efésios: a biografia de um cristão - Parte 1
[Homenagem à memória do historiador e teólogo Francisco de Araújo Almeida, que algum dia sonhou escrever comigo, um comentário popular sobre a Carta de Paulo aos Efésios]
Como será a sua biografia, cristão! – Capítulo 1 - "Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus..."
Um dos mais eficazes métodos de ensinar e aprender na escola são as biografias. Elas fixam na mente e no comportamento das pessoas os feitos mais importantes e dignos de serem destacados de personagens históricos nas mais variadas áreas do conhecimento e necessidades humanas. Sem razão, as biografias andam meio em desuso. Se pensarmos nos atuais políticos até que suas biografias não são maravilhosas e não é atoa que o método ande em desuso.
Poucas são as vidas que merecem uma biografia, as pessoas que ainda vivas tem um catálogo de boas realizações, obras memoráveis que servem de estímulo para as gerações. Alguns só tem suas biografias depois que morrem. Outros quando vivos não são valorizados, depois de falecidos, sua vida é inventariada e sua dignidade é colocada em evidências ou não.
Como o autor da carta se apresenta aos cristãos que se congregavam na cidade romana de Éfeso? Ele formula seu currículo em breves palavras, poucas linhas. Que biografia você construiu para seus familiares, alunos, clientes, discípulos, alunos, orientados, vizinhos, amigos, para seu país, sua cultura, seu sistema político? Que exemplos deixa? Como pautou sua conduta, seus valores morais?
A biografia de Paulo podia ser resumida em contundentes palavras – “Paulo, apóstolo de Cristo Jesus por vontade de Deus“. Você é daqueles que precisa de muito papo, muitas palavras, adjetivos faltam, para lhe descrever, e no final de contas, na existência humana significa nada? Ou dos que no pouco a dizer tem virtudes e qualificativos dos maiores? O que seria naquele tempo ser chamado de “apóstolo”? Uma pessoa que não tinha moradia fixa, não era dona de seu destino, não sabia onde dormir, fazendo o bem e sendo julgada como do mal, anunciadora de esperança a pessoas perdidas e sofredoras, mensageiras do amor, da compreensão, da solidariedade, da compreensão entre as pessoas.
Que biografia de moral você deixa para seus filhos e conhecidos?
Respeito aos seus pais?
Zeloso cuidador dos filhos?
Pessoa estudiosa? Que lê e se informa melhor sempre?
Funcionário exemplar, assíduo, pontual, prestativo e atencioso?
Que mereceu o salário que recebeu?
Pessoa que pratica a caridade (Mateus 25.31-46; Tiago 2)
Solidária com o sofrimento alheio, capaz de ouvir, dar uma mão a quem precisa?
Que não usa seu dinheiro apenas para si?
Que ajuda a construir e tornar realidade o sonho das outras pessoas?
Pessoa otimista que caminha para frente vencendo dificuldades?
De pessoa que procurou sempre se informar e se formar, estudar, ler e participar da vida cultural, social, espiritual e política da sua comunidade?
Que escolhe sempre aquilo que escuta e vê?
Fidelidade, sinceridade, honestidade?
A sua biografia e os dez mandamentos? E a declaração universal dos direitos do homem?
terça-feira, 29 de outubro de 2013
Legislação bíblica e os ensinamentos da História - Parte 2
TEOLOGIA DE MOISÉS - A simplicidade destes estudos tem finalidade. Quero alcançar leitores comuns e iniciantes da Bíblia Sagrada. Bem, Moisés tendo vivido na casa do faraó, preparado para suceder o rei do Egito, aprofundou-se em todas as ciências e sistemas religiosos também dos países ao redor do seu país. O que Moisés viu no sistema religioso dos povos constituídos e impérios estabelecidos ao redor do Egito?
1) Eles criavam seus próprios deuses e davam sua representação através de materiais visíveis e preciosos, dando-lhes templos e rituais, conforme ditavam suas mentes;
2) Os deuses destes povos possuíam representação humana, de animais conhecidos na época ou uma mistura destes; Apenas um exemplo, os deuses do Egito para os quais as dez pragas foram direcionadas. Eu deixo que os leitores e estudiosos procurem os livros didáticos de História Antiga para a catalogação dos deuses principais e mais conhecidos;
3) Estabeleceram o tipo de adoração que fariam aos seus próprios deuses, seus sacerdotes elaboraram a forma de cultuar tais divindades. Os cultos destes deuses deveriam ser com muita festa, bailes;
4) Como parte do "sacrifício" os povos ao redor do Egito, os próprios deuses do Egito, exigiam cultos com práticas sexuais (fertilidade) e sacrifícios de animais e de seres humanos, especialmente crianças, como na Assíria e na Caldéia.
Como Moisés elaborou a teologia dos hebreus para tirá-los do Egito?
1. Disse aos hebreus que havia um "Deus" que não fora criado pelos homens, pelo contrário, fora o Criador dos homens. Este Deus tinha um nome próprio que Ele próprio escolhera, consequentemente, estranho às nominações dadas pelos povos vizinhos, cujo costume os hebreus jamais deveriam ousar imitar. Êxodo 3.14.
2. Este Deus não era múltiplo. Era único, uma única Pessoa. Um Deus que não ficaria imóvel num altar físico, mas que falava, pensava, portava sentimentos, amava, odiava, se vingava e amava os que lhe eram fiéis e praticavam boas obras. Era o monoteísmo à moda dos hebreus. Este Deus já vinha construindo sua linhagem ao longo da História, escolhendo homens e líderes tribais, sempre ligados às origens do povo hebreu, como Adão, Seth, Noé, Abraão e finalmente, seu profeta maior, que codificou as leis e revelações desse Deus, Moisés.
Todo o deus que viesse de outros povos seria falso, porque coube aos hebreus preservar e portar a fé e o testemunho desse único Deus que era Eterno, Criador, Santo, Pessoal e Espiritual ("Deus é espírito, João 4.24). Moisés à frente estabeleceria nos seus primeiros cinco livros as diferenciações deste Deus com os deuses variados dos outros povos.
3. Diferente do demais deuses, considerados falsos e não deuses de verdade, o Deus dos hebreus exigia extremo rigor e ritualidade nos seus cultos. Nenhuma nota poderia soar fora da harmonia no culto deste Deus, devendo haver o princípio do temor, do medo, da ordem e da decência (1 Coríntios 14.33, 34), na prática, sem algazarras, sem musicas promíscuas, sem práticas sexuais. Vejam as regras para as celebrações nos templos, principalmente, como escreve Esdras e Neemias.
4. Os deuses dos povos podiam ser adorados em qualquer lugar. Nos cultos das regiões próximas, além do culto da divindade local (o Deus dos hebreus era universal), podiam venerar e consultar os seus mortos, recebendo deles orientações espirituais. Moisés, prevendo sua autoridade abalada por qualquer uma destas possíveis revelações, determina que o culto só deva ser feito com a presença do sumo-sacerdote e vetando as comunicações com os mortos.
Vale uma nota importante. O Cristianismo em seu contato com a filosofia grega e a cultura romana, não manteve o monoteísmo hebreu. Casou-o com os deuses destas culturas gerando o trinitarianismo, sinônimo de ortodoxia em muitos cantos.
[Este estudo segue aos poucos para não ser enfadonho. Mas está aberto à críticas e a sugestões].
1) Eles criavam seus próprios deuses e davam sua representação através de materiais visíveis e preciosos, dando-lhes templos e rituais, conforme ditavam suas mentes;
2) Os deuses destes povos possuíam representação humana, de animais conhecidos na época ou uma mistura destes; Apenas um exemplo, os deuses do Egito para os quais as dez pragas foram direcionadas. Eu deixo que os leitores e estudiosos procurem os livros didáticos de História Antiga para a catalogação dos deuses principais e mais conhecidos;
3) Estabeleceram o tipo de adoração que fariam aos seus próprios deuses, seus sacerdotes elaboraram a forma de cultuar tais divindades. Os cultos destes deuses deveriam ser com muita festa, bailes;
4) Como parte do "sacrifício" os povos ao redor do Egito, os próprios deuses do Egito, exigiam cultos com práticas sexuais (fertilidade) e sacrifícios de animais e de seres humanos, especialmente crianças, como na Assíria e na Caldéia.
Como Moisés elaborou a teologia dos hebreus para tirá-los do Egito?
1. Disse aos hebreus que havia um "Deus" que não fora criado pelos homens, pelo contrário, fora o Criador dos homens. Este Deus tinha um nome próprio que Ele próprio escolhera, consequentemente, estranho às nominações dadas pelos povos vizinhos, cujo costume os hebreus jamais deveriam ousar imitar. Êxodo 3.14.
2. Este Deus não era múltiplo. Era único, uma única Pessoa. Um Deus que não ficaria imóvel num altar físico, mas que falava, pensava, portava sentimentos, amava, odiava, se vingava e amava os que lhe eram fiéis e praticavam boas obras. Era o monoteísmo à moda dos hebreus. Este Deus já vinha construindo sua linhagem ao longo da História, escolhendo homens e líderes tribais, sempre ligados às origens do povo hebreu, como Adão, Seth, Noé, Abraão e finalmente, seu profeta maior, que codificou as leis e revelações desse Deus, Moisés.
Todo o deus que viesse de outros povos seria falso, porque coube aos hebreus preservar e portar a fé e o testemunho desse único Deus que era Eterno, Criador, Santo, Pessoal e Espiritual ("Deus é espírito, João 4.24). Moisés à frente estabeleceria nos seus primeiros cinco livros as diferenciações deste Deus com os deuses variados dos outros povos.
3. Diferente do demais deuses, considerados falsos e não deuses de verdade, o Deus dos hebreus exigia extremo rigor e ritualidade nos seus cultos. Nenhuma nota poderia soar fora da harmonia no culto deste Deus, devendo haver o princípio do temor, do medo, da ordem e da decência (1 Coríntios 14.33, 34), na prática, sem algazarras, sem musicas promíscuas, sem práticas sexuais. Vejam as regras para as celebrações nos templos, principalmente, como escreve Esdras e Neemias.
4. Os deuses dos povos podiam ser adorados em qualquer lugar. Nos cultos das regiões próximas, além do culto da divindade local (o Deus dos hebreus era universal), podiam venerar e consultar os seus mortos, recebendo deles orientações espirituais. Moisés, prevendo sua autoridade abalada por qualquer uma destas possíveis revelações, determina que o culto só deva ser feito com a presença do sumo-sacerdote e vetando as comunicações com os mortos.
Vale uma nota importante. O Cristianismo em seu contato com a filosofia grega e a cultura romana, não manteve o monoteísmo hebreu. Casou-o com os deuses destas culturas gerando o trinitarianismo, sinônimo de ortodoxia em muitos cantos.
[Este estudo segue aos poucos para não ser enfadonho. Mas está aberto à críticas e a sugestões].
segunda-feira, 28 de outubro de 2013
Legislação bíblica e os ensinamentos da História - 1ª parte
A maioria dos mandamentos e tradições do Antigo Testamento tem explicações históricas. Estas lançam luzes e melhoram a compreensão da finitude de determinadas leis e ordenanças ou de costumes morais apropriados a situação e a época.
Quando Moisés reúne o povo judeu em torno de uma liderança quando as famílias ainda moravam no Edito, a humanidade só conhecia alguns impérios, Assírio (não confundir com Síria), Babilônico, Caldeu e Egípcio. Os judeus e os cananeus (habitantes primitivos de Canaã, chamada na Bíblia de terra prometida) eram famílias que estavam reunidas em torno de lideranças tribais, não eram nações constituídas, não possuíam território definido por fronteiras. Eram nômades (sem lugar fixo).
Por necessidade de sobrevivência das famílias, o grupo foi parar na África (Egito dos faraós) e como a política de governo dos diferentes faraós, como de nossos atuais governantes, diferiam, os hebreus enfrentaram momentos bons e momentos ruins (como nos dias que José foi ministro do faraó ou quando Moisés retirou o povo pelo deserto).
Moisés não foi um líder qualquer, mero profeta, juiz tribal comum e nem mesmo a espiritualidade foi sua única e mais importante qualidade:
1. Foi criado na corte, isto é, no Palácio do Faraó, com as lideranças políticas, científicas e religiosas do Egito;
2. O Egito era a potência cultural, educacional, militar e econômica da época. O país era um grande centro de resistência negra no mundo conhecido e atacado pelos povos arianos ao norte da África. No Egito, Moisés recebeu a melhor educação, foi preparado para ser o futuro rei do Egito, conviveu com cientistas, matemáticos, físicos, astrólogos, astrônomos, arquitetos, sacerdotes, escravos diversos e estrategistas de guerra.
Moisés usou todos esses conhecimentos para a retirada dos hebreus do Egito, inclusive os religiosos. Isso fica evidente na própria leitura do Antigo Testamento.
MOISÉS PREPARA A MENTALIDADE DOS HEBREUS
Quando a Bíblia, que é um documento histórico, afirma que Moisés era homem fraco na arte de comunicar, está se referindo ao problema que teve que enfrentar para construir um discurso que unisse uma população tão dispersa, tão sem unidade, sem destino. Como Moisés enfrenta esta dificuldade?
Ele, pesquisando, selecionando e reunindo as tradições de povos vizinhos do Egito, construiu uma história sagrada exclusiva dos hebreus. Como registrou essa história? Ele vai elaborando uma história da humanidade, do mundo, da criação, que estabelece, num andar para trás, um elo genealógico que leva a criação dos judeus ao próprio Deus. Assim, os judeus vieram de Jacób, que veio de Abraham, que veio de Sete, que veio de Adão e Eva, criados por Deus. Por isso, os judeus não deveriam ter medo de perder a guerra, ousar a buscar a liberdade, porque tendo sua origem divina, não haveria quem os vencesse.
O monoteísmo, a crença que existe um único deus, já era conhecida pelos egípcios e alguns povos. Moisés então, faz uma inovação. Tendo um único deus ou adorando várias divindades, os povos ao redor do Egito, estes povos construíam seus próprios deuses, fundindo-os com ouro ou estanho. Moisés, faz uma teologia na qual, o povo hebreu adora e é testemunha de um Deus que não pode ser feito pelas mãos humanas, não tem imagem terrena nem forma humana e é severo com seus inimigos. É desse monoteísmo que também, os cristãos se fizeram herdeiros.
Quando Moisés reúne o povo judeu em torno de uma liderança quando as famílias ainda moravam no Edito, a humanidade só conhecia alguns impérios, Assírio (não confundir com Síria), Babilônico, Caldeu e Egípcio. Os judeus e os cananeus (habitantes primitivos de Canaã, chamada na Bíblia de terra prometida) eram famílias que estavam reunidas em torno de lideranças tribais, não eram nações constituídas, não possuíam território definido por fronteiras. Eram nômades (sem lugar fixo).
Por necessidade de sobrevivência das famílias, o grupo foi parar na África (Egito dos faraós) e como a política de governo dos diferentes faraós, como de nossos atuais governantes, diferiam, os hebreus enfrentaram momentos bons e momentos ruins (como nos dias que José foi ministro do faraó ou quando Moisés retirou o povo pelo deserto).
Moisés não foi um líder qualquer, mero profeta, juiz tribal comum e nem mesmo a espiritualidade foi sua única e mais importante qualidade:
1. Foi criado na corte, isto é, no Palácio do Faraó, com as lideranças políticas, científicas e religiosas do Egito;
2. O Egito era a potência cultural, educacional, militar e econômica da época. O país era um grande centro de resistência negra no mundo conhecido e atacado pelos povos arianos ao norte da África. No Egito, Moisés recebeu a melhor educação, foi preparado para ser o futuro rei do Egito, conviveu com cientistas, matemáticos, físicos, astrólogos, astrônomos, arquitetos, sacerdotes, escravos diversos e estrategistas de guerra.
Moisés usou todos esses conhecimentos para a retirada dos hebreus do Egito, inclusive os religiosos. Isso fica evidente na própria leitura do Antigo Testamento.
MOISÉS PREPARA A MENTALIDADE DOS HEBREUS
Quando a Bíblia, que é um documento histórico, afirma que Moisés era homem fraco na arte de comunicar, está se referindo ao problema que teve que enfrentar para construir um discurso que unisse uma população tão dispersa, tão sem unidade, sem destino. Como Moisés enfrenta esta dificuldade?
Ele, pesquisando, selecionando e reunindo as tradições de povos vizinhos do Egito, construiu uma história sagrada exclusiva dos hebreus. Como registrou essa história? Ele vai elaborando uma história da humanidade, do mundo, da criação, que estabelece, num andar para trás, um elo genealógico que leva a criação dos judeus ao próprio Deus. Assim, os judeus vieram de Jacób, que veio de Abraham, que veio de Sete, que veio de Adão e Eva, criados por Deus. Por isso, os judeus não deveriam ter medo de perder a guerra, ousar a buscar a liberdade, porque tendo sua origem divina, não haveria quem os vencesse.
O monoteísmo, a crença que existe um único deus, já era conhecida pelos egípcios e alguns povos. Moisés então, faz uma inovação. Tendo um único deus ou adorando várias divindades, os povos ao redor do Egito, estes povos construíam seus próprios deuses, fundindo-os com ouro ou estanho. Moisés, faz uma teologia na qual, o povo hebreu adora e é testemunha de um Deus que não pode ser feito pelas mãos humanas, não tem imagem terrena nem forma humana e é severo com seus inimigos. É desse monoteísmo que também, os cristãos se fizeram herdeiros.
sábado, 19 de outubro de 2013
Escola Bíblica - Os dons espirituais em 1 Coríntios 12 - 14
Apontamentos para escolas bíblicas
1. Qualquer assunto, tema bíblico, ensinamento deve levar em conta o tipo de cristão que frequenta a comunidade local. O Novo Testamento apresenta dois tipos de cristãos:
- IGNORANTES - são aqueles que não se desenvolveram intelectualmente na fé, foram para as igrejas depois da conversão e jamais se dedicaram a ler e estudar a Bíblia, vão para os cultos como tradição e voltam para suas casas do mesmo jeito. Como diz o autor de Hebreus "deviam ser mestres pelo tempo decorrido" (Hebreus 5.12), sabem o basiquinho da fé cristã ou de suas igrejas. Sãos os crentes infantis e carnais (Hebreus 5.13). Muitos, inclusive, não conseguem entender e se confundem com assuntos mais profundos da fé (Hebreus 5.14). Paulo já tinha trabalhado esse assunto em 1 Coríntios 3, vale a pena você retomar aquela passagem neste momento e neste estudo.
A palavra de Deus é clara - "não quero que sejais ignorantes" - 1 Coríntios 12.1
- Ser ignorante é uma escolha livre de cada cristão. Permanece ignorante quem deseja.
- Como não continuar ignorante? 1) Paulo escreve "sabeis que..." (1 Coríntios 12.2), "vos faço compreender..." (1 Coríntios 12.3).
- Saber, compreender é usar a razão, a inteligência, a mente, para exercitar melhores conhecimentos. Romanos 12.1-4.
- Um cristão considera equivocada a onda anti-intelectualista de algumas igrejas que desprezam os estudos aprofundados, sistemáticos das Escrituras. É falsa e perigosa a atitude de maioria dos crentes em não estudar, tanto quanto se contentar com as migalhas espirituais fornecidas nos púlpitos fracos das denominações ou na substituição do ensino profundo da Bíblia pelo milagrismo.
- APERFEIÇOADOS - Paulo fala melhor deles em Efésios 4.11-16. Evidentemente, os cristãos aperfeiçoados não são ignorantes, estudam profunda e permanentemente a Bíblia com inteligência. Tem dúvidas, buscam respostas, são pesquisadores e correm atrás de todo recurso para melhor aprenderem a Palavra de Deus em todos os aspectos.
São crentes que se DESEMPENHAM, EDIFICAM-SE, procuram o PLENO CONHECIMENTO, estautura PLENA, ESTÁVEIS NA FÉ, EDIFICADOS.
2. A prática dos dons espirituais nas comunidades cristãs: 1 Coríntios 12.4-11,28-30
- Os dons espirituais mencionados nas cartas (1 Coríntios, Romanos, Efésios) se referem aos dias do apóstolo. Não devem os cristãos se considerarem fracassados por não falarem em outras línguas, não profetizarem ou não realizarem milagres. A maioria daqueles dons cessaram com o amadurecimento do cristianismo ao longo da história da Igreja Cristã, da mesma forma como ao chegarmos à idade adulta não precisamos mais de leite, sopinha e mingau. Os dons espirituais em nossos dias são outros e devemos estar atentos a descobrí-los quanto a exercer aquilo que mais nossa comunidade necessita.
- Deus deseja que os crentes sejam ativos, tenham personalidade própria, disposição para participar do próprio crescimento e dos irmãos, independentes espiritual e emocionalmente. A passividade é uma obra diabólica, carnal e humana.
- Todo cristão possue dom espiritual. Resta descobrir e trabalhar seu aperfeiçoamento. Exercê-los na pluralidade, diversidade para a unidade. O exercício dos dons devem promover a COOPERAÇÃO.
- Os dons são temporários (1 Coríntios 13.8-13) e não são evidências de vida cristã agradável e saudável a Deus.
3. Critérios para exercitar os dons - 1 Coríntios 14.1-22
- Esse dom EDIFICA a comunidade?
- Amadurece o meu conhecimento intelectual e minha fé? 1 Coríntios 14.6,11,12
- Possibilita ensino com clareza, compreensão por parte dos que ouvem?
- Não dá sinal trocado para a comunidade? 1 Coríntios 14.7
- É o dom que a comunidade local precisa? 1 Coríntios 14.21-22
1. Qualquer assunto, tema bíblico, ensinamento deve levar em conta o tipo de cristão que frequenta a comunidade local. O Novo Testamento apresenta dois tipos de cristãos:
- IGNORANTES - são aqueles que não se desenvolveram intelectualmente na fé, foram para as igrejas depois da conversão e jamais se dedicaram a ler e estudar a Bíblia, vão para os cultos como tradição e voltam para suas casas do mesmo jeito. Como diz o autor de Hebreus "deviam ser mestres pelo tempo decorrido" (Hebreus 5.12), sabem o basiquinho da fé cristã ou de suas igrejas. Sãos os crentes infantis e carnais (Hebreus 5.13). Muitos, inclusive, não conseguem entender e se confundem com assuntos mais profundos da fé (Hebreus 5.14). Paulo já tinha trabalhado esse assunto em 1 Coríntios 3, vale a pena você retomar aquela passagem neste momento e neste estudo.
A palavra de Deus é clara - "não quero que sejais ignorantes" - 1 Coríntios 12.1
- Ser ignorante é uma escolha livre de cada cristão. Permanece ignorante quem deseja.
- Como não continuar ignorante? 1) Paulo escreve "sabeis que..." (1 Coríntios 12.2), "vos faço compreender..." (1 Coríntios 12.3).
- Saber, compreender é usar a razão, a inteligência, a mente, para exercitar melhores conhecimentos. Romanos 12.1-4.
- Um cristão considera equivocada a onda anti-intelectualista de algumas igrejas que desprezam os estudos aprofundados, sistemáticos das Escrituras. É falsa e perigosa a atitude de maioria dos crentes em não estudar, tanto quanto se contentar com as migalhas espirituais fornecidas nos púlpitos fracos das denominações ou na substituição do ensino profundo da Bíblia pelo milagrismo.
- APERFEIÇOADOS - Paulo fala melhor deles em Efésios 4.11-16. Evidentemente, os cristãos aperfeiçoados não são ignorantes, estudam profunda e permanentemente a Bíblia com inteligência. Tem dúvidas, buscam respostas, são pesquisadores e correm atrás de todo recurso para melhor aprenderem a Palavra de Deus em todos os aspectos.
São crentes que se DESEMPENHAM, EDIFICAM-SE, procuram o PLENO CONHECIMENTO, estautura PLENA, ESTÁVEIS NA FÉ, EDIFICADOS.
2. A prática dos dons espirituais nas comunidades cristãs: 1 Coríntios 12.4-11,28-30
- Os dons espirituais mencionados nas cartas (1 Coríntios, Romanos, Efésios) se referem aos dias do apóstolo. Não devem os cristãos se considerarem fracassados por não falarem em outras línguas, não profetizarem ou não realizarem milagres. A maioria daqueles dons cessaram com o amadurecimento do cristianismo ao longo da história da Igreja Cristã, da mesma forma como ao chegarmos à idade adulta não precisamos mais de leite, sopinha e mingau. Os dons espirituais em nossos dias são outros e devemos estar atentos a descobrí-los quanto a exercer aquilo que mais nossa comunidade necessita.
- Deus deseja que os crentes sejam ativos, tenham personalidade própria, disposição para participar do próprio crescimento e dos irmãos, independentes espiritual e emocionalmente. A passividade é uma obra diabólica, carnal e humana.
- Todo cristão possue dom espiritual. Resta descobrir e trabalhar seu aperfeiçoamento. Exercê-los na pluralidade, diversidade para a unidade. O exercício dos dons devem promover a COOPERAÇÃO.
- Os dons são temporários (1 Coríntios 13.8-13) e não são evidências de vida cristã agradável e saudável a Deus.
3. Critérios para exercitar os dons - 1 Coríntios 14.1-22
- Esse dom EDIFICA a comunidade?
- Amadurece o meu conhecimento intelectual e minha fé? 1 Coríntios 14.6,11,12
- Possibilita ensino com clareza, compreensão por parte dos que ouvem?
- Não dá sinal trocado para a comunidade? 1 Coríntios 14.7
- É o dom que a comunidade local precisa? 1 Coríntios 14.21-22
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Biblioteca Pastoral
BIBLIAS PARA CONSULTAR
Minha biblioteca pessoal
Biblia Sagrada: traducção brazileira. João Ferreira de Almeida/Sociedades Bíblicas Unidas, 1947.
Biblia Sagrada: revista e corrigida. João Ferreira de Almeida/Sociedades Bíblicas Unidas, 1945.
Biblia Sagrada: a biblia de jerusalém. Editora Paulus.
Biblia Sagrada: tradução matos soares. Edições Paulinas.
Biblia Sagrada: linguagem de hoje. SBB
Bíblia Sagrada: anotada de Scofield. Imprensa Batista Regular.
Bíblia Sagrada: de acordo com os melhores textos em hebraico e grego. Imprensa Bíblica Brasileira
Bíblia Sagrada: revista e atualizada. SBB
Bíblia Sagrada: edição pastoral. Editora Paulus.
Bíblia Sagrada: edição pastoral-catequética. Editora Ave Maria.
Bíblia Sagrada: revista e corrigida. Imprensa Bíblica Brasileira.
domingo, 14 de julho de 2013
Estudos para Escola Dominical: 1ª Carta de Paulo aos Coríntios - capítulo 9 (Parte 1)
Capítulo 9 - A autoridade de Paulo nas primeiras igrejas cristãs (48 - 100 d.C.)
Estas notas são sugestões, roteiros. Um bom professor de Bíblia, um cristão que deseja crescer na fé (Hebreus 5:12-14) não dispensa a pesquisa em bons livros e comentários abalizados.
Mas estou a disposição para receber sugestões, críticas, perguntas, respostas sobre este assunto, a fim de melhorar os instrumentos de trabalho do povo cristão e religioso (acir.hcs@hotmail.com).
Para quem gosta de estudar o Cristianismo, o pensamento de seu fundador - Paulo de Tarso.
Voce se diz ou se afirma cristão, então precisa conhecer o que Paulo ensina sobre a fé cristã.
Estamos no ano 50-54 depois de Cristo. A data da carta é controversa. Os Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) ainda não tinham sido escritas. Só existia o Antigo Testamento, a Carta de Tiago e a de Romanos. Talvez a de Gálatas.
A Primeira Carta de Paulo à Igreja em Corinto (lembre-se de que as igrejas primitivas não possuiam os nomes que, hoje, utilizam as igrejas que se denominam cristãs. As igrejas eram nomeadas pelo local em que se encontravam. As cartas pastorais de Paulo dão a entender que as igrejas, na época do Novo Testamento correspondiam a um modelo administrativo, mais ou menos, mescla de congregacionalismo batista e presbiterianismo, isto é, não respondiam a uma autoridade central, como querem alguns. Paulo aplica alguns corretivos na comunidade em Corinto, porque era seu fundador e se dirige a todos os membros e não um suposto clero local.
A família de Cloé, que participava da Igreja em Corinto, foram visitar Paulo e lhe contaram das brigas, disputas, crenças e descrenças, que sorropiavam a comunidade local. Entre estas, estavam as atitudes de desprezo que um ou dois grupos na Igreja dedicavam ao apóstolo Paulo. Estes recusavam a autoridade de Paulo como apóstolo. Não o consideravam igual a Pedro e aos demais do grupo dos Doze (Gálatas 1:1; 2:1-9). Paulo, para eles, não era apóstolo, não merecia sustento missionário, não tinha autoridade para disciplinar a igreja e devia ser um valentão à distância.
No capítulo 9 ele dedica-se a responder as questões com sua pessoa. Vai tratar do assunto, de novo, em sua segunda carta aos Coríntios.
1. Os crentes de Corinto e as resistências pessoais ao apóstolo Paulo - 9:1-3
A) Para os líderes de Corinto, apóstolo era aquele que pertencera ao grupo dos Doze, isto é, que conheceram Jesus Cristo em carne e osso, humanamente. O que é apóstolo? Os corintios estavam certos? Algumas denominações modernas adotam este conceito. Você já pesquisou as diversas passagens bíblicas a respeito e qual a conclusão que chegou? - Lucas 9:13;
B) O que é ser apóstolo? O que significa esta palavra no idioma grego, aquele em que Paulo escreveu a sua primeira epístola aos Corintios? Esta palavra foi ou não utilizada para designar outros missionários, ainda nos dias dos apóstolos? Atos 11:22
C) Para a comunidade católica os apóstolos foram os discípulos diretos de Jesus Cristo. Não temos apóstolos modernos, no sentido rigoroso da palavra. No entanto, os apóstolos deixaram sucessores, os bispo e seus auxiliares, os padres;
D) Na década dos anos de 1990, surgiram no Brasil o famoso movimento apostólico, com pastores se auto-denominando de "apóstolos". Existem apóstolos modernos? Será correto chamá-los de apóstolos? Já assistiu alguns deles na televisão?.
Em Efésios 4:11-17 Paulo menciona os oficiais das congregações. Ele menciona, apóstolos (se referindo aos fundadores da igreja primitiva), profetas (que davam revelações no início do Cristianismo, enquanto não haviam normas escritas), evangelistas, pastores e mestres.
No decorrer dos séculos, o termo bispo ficou mais forte. Principalmente, depois da influência do Império Romano sobre a cristandade.
A Reforma de 1517 procurou resgatar o ofício de pastor.
Por que os títulos de pastores não foram suficientes, nossos líderes precisam de maiores designações, chamando a atenção para sua autoridade e pessoa, mais do que do Senhor.
E) Outros apóstolos na Bíblia;
F) Por que Paulo era um apóstolo?
Ele tinha visto Cristo pessoalmente, nas aparições - Atos 9:1-16; Gálatas 1:12
Ele tinha fundado a Igreja em Corínto;
Debater na Escola Dominical ou nas pregações
1. Como se comportam nossos líderes perante suas comunidades? Humildade, serviço, autoridade?
2. Qual o limite entre autoridade pastoral e humildade, reconhecimento dos erros, democracia nas igrejas?
3. Como anda o respeito com os pastores nas comunidades? Eles fazem por merecer? Responsabilidade das igrejas com seus pastores em preservar sua moral
4. Como proceder quando os pastores erram?
5. Como está a sua memória em relação ao fundadores da sua igreja local? Dos seus pais na fé?
6. Os pastores devem trabalhar fora ou receber sustento de suas igrejas? Quanto deve receber um pastor como salário?
7. Que dizer dos pastores empresários dos nossos dias? Qual o perigo dos pastores de bico?
Consultar:
Tempos do Novo Testamento, Merryl Tenney, CPAD
Comentário Bíblico: I e II Coríntios, Stanley Horton, CPAD
Comentário Bíblico NT Atos ao Apocalipse - Mathew Henry, CPAD
Exposição Bíblica - Modulo 3 - Donald Turner, EBR
Novo Testamento interpretado versículo por versículo, Champlin, vol. 4, Hagnos
Manual Bíblico, Halley, Vida Nova
Estas notas são sugestões, roteiros. Um bom professor de Bíblia, um cristão que deseja crescer na fé (Hebreus 5:12-14) não dispensa a pesquisa em bons livros e comentários abalizados.
Mas estou a disposição para receber sugestões, críticas, perguntas, respostas sobre este assunto, a fim de melhorar os instrumentos de trabalho do povo cristão e religioso (acir.hcs@hotmail.com).
Para quem gosta de estudar o Cristianismo, o pensamento de seu fundador - Paulo de Tarso.
Voce se diz ou se afirma cristão, então precisa conhecer o que Paulo ensina sobre a fé cristã.
Estamos no ano 50-54 depois de Cristo. A data da carta é controversa. Os Evangelhos (Mateus, Marcos, Lucas e João) ainda não tinham sido escritas. Só existia o Antigo Testamento, a Carta de Tiago e a de Romanos. Talvez a de Gálatas.
A Primeira Carta de Paulo à Igreja em Corinto (lembre-se de que as igrejas primitivas não possuiam os nomes que, hoje, utilizam as igrejas que se denominam cristãs. As igrejas eram nomeadas pelo local em que se encontravam. As cartas pastorais de Paulo dão a entender que as igrejas, na época do Novo Testamento correspondiam a um modelo administrativo, mais ou menos, mescla de congregacionalismo batista e presbiterianismo, isto é, não respondiam a uma autoridade central, como querem alguns. Paulo aplica alguns corretivos na comunidade em Corinto, porque era seu fundador e se dirige a todos os membros e não um suposto clero local.
A família de Cloé, que participava da Igreja em Corinto, foram visitar Paulo e lhe contaram das brigas, disputas, crenças e descrenças, que sorropiavam a comunidade local. Entre estas, estavam as atitudes de desprezo que um ou dois grupos na Igreja dedicavam ao apóstolo Paulo. Estes recusavam a autoridade de Paulo como apóstolo. Não o consideravam igual a Pedro e aos demais do grupo dos Doze (Gálatas 1:1; 2:1-9). Paulo, para eles, não era apóstolo, não merecia sustento missionário, não tinha autoridade para disciplinar a igreja e devia ser um valentão à distância.
No capítulo 9 ele dedica-se a responder as questões com sua pessoa. Vai tratar do assunto, de novo, em sua segunda carta aos Coríntios.
1. Os crentes de Corinto e as resistências pessoais ao apóstolo Paulo - 9:1-3
A) Para os líderes de Corinto, apóstolo era aquele que pertencera ao grupo dos Doze, isto é, que conheceram Jesus Cristo em carne e osso, humanamente. O que é apóstolo? Os corintios estavam certos? Algumas denominações modernas adotam este conceito. Você já pesquisou as diversas passagens bíblicas a respeito e qual a conclusão que chegou? - Lucas 9:13;
B) O que é ser apóstolo? O que significa esta palavra no idioma grego, aquele em que Paulo escreveu a sua primeira epístola aos Corintios? Esta palavra foi ou não utilizada para designar outros missionários, ainda nos dias dos apóstolos? Atos 11:22
C) Para a comunidade católica os apóstolos foram os discípulos diretos de Jesus Cristo. Não temos apóstolos modernos, no sentido rigoroso da palavra. No entanto, os apóstolos deixaram sucessores, os bispo e seus auxiliares, os padres;
D) Na década dos anos de 1990, surgiram no Brasil o famoso movimento apostólico, com pastores se auto-denominando de "apóstolos". Existem apóstolos modernos? Será correto chamá-los de apóstolos? Já assistiu alguns deles na televisão?.
Em Efésios 4:11-17 Paulo menciona os oficiais das congregações. Ele menciona, apóstolos (se referindo aos fundadores da igreja primitiva), profetas (que davam revelações no início do Cristianismo, enquanto não haviam normas escritas), evangelistas, pastores e mestres.
No decorrer dos séculos, o termo bispo ficou mais forte. Principalmente, depois da influência do Império Romano sobre a cristandade.
A Reforma de 1517 procurou resgatar o ofício de pastor.
Por que os títulos de pastores não foram suficientes, nossos líderes precisam de maiores designações, chamando a atenção para sua autoridade e pessoa, mais do que do Senhor.
E) Outros apóstolos na Bíblia;
F) Por que Paulo era um apóstolo?
Ele tinha visto Cristo pessoalmente, nas aparições - Atos 9:1-16; Gálatas 1:12
Ele tinha fundado a Igreja em Corínto;
Debater na Escola Dominical ou nas pregações
1. Como se comportam nossos líderes perante suas comunidades? Humildade, serviço, autoridade?
2. Qual o limite entre autoridade pastoral e humildade, reconhecimento dos erros, democracia nas igrejas?
3. Como anda o respeito com os pastores nas comunidades? Eles fazem por merecer? Responsabilidade das igrejas com seus pastores em preservar sua moral
4. Como proceder quando os pastores erram?
5. Como está a sua memória em relação ao fundadores da sua igreja local? Dos seus pais na fé?
6. Os pastores devem trabalhar fora ou receber sustento de suas igrejas? Quanto deve receber um pastor como salário?
7. Que dizer dos pastores empresários dos nossos dias? Qual o perigo dos pastores de bico?
Consultar:
Tempos do Novo Testamento, Merryl Tenney, CPAD
Comentário Bíblico: I e II Coríntios, Stanley Horton, CPAD
Comentário Bíblico NT Atos ao Apocalipse - Mathew Henry, CPAD
Exposição Bíblica - Modulo 3 - Donald Turner, EBR
Novo Testamento interpretado versículo por versículo, Champlin, vol. 4, Hagnos
Manual Bíblico, Halley, Vida Nova
segunda-feira, 18 de março de 2013
Marco Feliciano: racismo e teologia bíblica - Parte 1
Abordarei a controvérsia que envolve o empresário Marco Feliciano, que se intitula pastor e exerce funções religiosas na Igreja Evangélica Assembléia de Deus no interior de São Paulo. Desta vez, proponho uma discussão teológica e deixo o mérito da questão política e do confronto com a sociedade brasileira.
Para compreender as razões das afirmações do Marco Feliciano a respeito da controvertida maldição divina sobre o continente africano é necessário adentrar ao terreno da imaginação e da convicção religiosa, isto é, enxergar os fatos como um teólogo protestante dessa linha de interpretação enxerga. Perceber uma doutrina como seus proponentes e seguidores a vêem. As análises feitas fora do universo teológico podem incorrer em outras limitações, perigosas e improdutivas também para os opositores.
Se quero entender o que fundamenta e formular a crítica ao ponto de vista do racismo fundamentalista, se podemos chamar assim, idéias essas, que ganham maior visibilidade pela escrita descuidada de Marco Feliciano nas redes sociais, precisamos antes de tudo, compreender dois pontos fundamentais. Primeiro, viajar para a história do movimento fundamentalista estadunidense dos anos 1900. O surgimento e sistematização do fundamentalismo. Sem esse contexto, tudo o que se dirá das idéias de Marco Feliciano padecerão de sentido. Questões que aparentarão luta por direitos nem por isso deixarão de ser preconceituosas. Julga-se uma idéia sem entender sua história. É provável que o próprio Feliciano esteja desprezando a história de suas idéias e por isso pagando um preço elevado. Segundo, a hermenêutica bíblica, isto é, as teorias possíveis da interpretação bíblica, especialmente a que está adotada por Marco Feliciano e uma infinidade de pastores evangélicos brasileiros, que dado o pequeno valor e espaço a ser ocupado num púlpito, não se tornam visíveis. Digamos, é um assunto tão sem importância para a estrutura teológica e homilética da religião cristã, que não contém substância suficiente para ser explorada numa pregação. Vamos então, para a análise destes pontos.
Até o início do século XX, as igrejas evangélicas do mundo inteiro foram varridas por uma onda de crítica aos textos bíblicos, ao conteúdo da mensagem cristã, a negação da existência de personagens e idéias até então, “cridos” sem qualquer questionamento racional pelos cristãos protestantes. Trocando em miúdos, para o leitor mais comum, o movimento modernista teológico, liderado por teólogos protestantes de alto coturno, passaram a negar a existência de uma pessoa física e real chamado Jesus Cristo. Passaram a afirmar que a Bíblia era um livro de fé e não de ciência, portanto, abrigando em suas páginas erros históricos, erros científicos e teorias morais esquisitas. Os que desejarem uma leitura mais primorosa das conclusões dos modernistas, encontrarão no livro “O caos das seitas” de Van Baalen. Para os modernistas, a Bíblia mencionava reis que nunca existiram ou que não reinaram. Um caso para curiosidade seria o rei Nabopolassar, mencionado no livro de Daniel, para o qual não existiriam provas históricas, ou a Bíblia chamando Ciro de rei dos persas e medos. Além disso, os modernistas negavam os milagres, a existência do dilúvio e dando um sentido alegórico as passagens do Velho Testamento, tipo, o escritor bíblico queria transmitir uma lição. Para isto inventava uma história como se ela fosse real.
Em 1905 um grupo de teólogos de diversas igrejas, especialmente, batistas, presbiterianas e metodistas, sairam para o confronto com estas teorias, que já haviam invadido seminários, faculdades e igrejas tradicionais. Igualmente, em seu conjunto, incluiam grandes nomes da teologia mundial, historiadores eclesiásticos, conhecedores de idiomas bíblicos. Nascia o movimento fundamentalista “americano” (prefiro: estadunidense). Os fundamentalistas defenderam o método literal de interpretação bíblica, que hoje, muitos tem dificuldade de entender, embora se declarem fundamentalistas. Menciono como exemplo desta incompreensão o empresário Silas Malafaia, que também se considera pastor evangélico das Assembléias de Deus. O que é o método literal de hermenêutica bíblica? Significa, conforme, Walword e Pentecost, que cada passagem bíblica deve ser interpretada em seu sentido histórico, literal, gramatical, cultural, a menos que o próprio texto indique o contrário. Mesmo assim, qualquer idéia secundária de um texto, ampara-se na idéia primária do literalismo. De fato, é assim em qualquer idioma. Por exemplo, quando Jesus diz “Eu sou a porta”, é evidente que Ele não é uma porta de madeira, ferro, como temos em casas. Mas a idéia de porta literal, que dá entrada e saída, permanece, ainda que no plano espiritual.
Contrariando a interpretação fundamentalista, os modernistas, entendem que a Bíblia é um livro de alegorias. O que está escrito, não necessariamente, aconteceu historicamente. As palavras podem ter outro sentido, apenas uma lição para ensinar. Por exemplo, se a Bíblia diz que Abraão quase sacrificou seu filho Isaque, isso pode não ter acontecido. Foi um registro para ensinar a importância de levar a fé aos extremos. Se a Bíblia diz que Pedro andou sobre as águas, ou que o Mar Vermelho se abriu, isso pode ser algum fenômeno histórico natural ou uma ilusão de ótica, que a parapsicologia bem explicaria. Os modernistas não se preocupam com a veracidade do conteúdo bíblico, mas com o que ele pode ensinar. Além de admitir que no texto sagrado existem erros gramaticais, interpolações de tradutores, perversões, e concepções humanas dos próprios autores do texto sagrado, incluindo seus valores, seus preconceitos e seus conceitos.
O Marco Feliciano fez a opção pelo primeiro método. O problema que se pode apontar é que ele simplesmente aplica o método, mecanicamente em suas análises. Qualquer literalista com melhor formação cultural seria mais criterioso, mais abrangente e crítico com as exposições. Mas entender a literalidade de interpretação bíblica é passo necessário para concordar ou discordar do Feliciano. É necessário sermos corretos e justos. Ele não está sozinho nesse pensamento. Na maioria de nossas igrejas espalhadas pelo Brasil essa teologia está escondida atrás do púlpito. Marco Feliciano teve a imprudência ou a coragem de afirmar sua crença nela. Covardemente, está apanhando sozinho e os teólogos de alto gabarito que a esposam, não estão saindo em sua defesa. Em meu próximo comentário, retomo a questão, aplicando-a a passagem de Gênesis sobre o racismo e maldição de Cam.
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